O passado ilumina o Copa do futuro

Ser o melhor e mais premiado hotel da América Latina é uma vitória e um desafio permanente para uma equipe competente e eficiente envolvida na operação diária de um empreendimento de 240 apartamentos. Do capitão-porteiro à diretora geral, extremos de um exército integrado por 600 profissionais, estamos todos comprometidos em deixar o hóspede e o visitante tão ou mais confortável e bem acomodado do que em sua casa.

A receita para o sucesso inclui treinamentos exaustivos de todos os profissionais, especialmente neste momento da retomada econômica da cidade, com o mercado em expansão e falta de mão de obra qualificada. Ao mesmo tempo é essencial investir rotineiramente em melhorias nos produtos, serviços e instalações.

O que descrevi até aqui poderia ser a história de qualquer hotel em qualquer parte do mundo. Mas o equilíbrio na combinação de todos os fatores citados levou alguns anos para atingir a proporção certa e, com outros ingredientes, tornar o Copacabana Palace o ícone e a referência da hotelaria nacional, patrimônio de fato e afetivo dos brasileiros.

Além de ser o Copa, assim chamado carinhosamente por hóspedes e cariocas, o hotel reforça o Brasil, o Rio de Janeiro e Copacabana no mundo inteiro. Sendo o negócio mais rentável da carteira da Orient-Express Hotels, grupo de origem inglesa, com capital aberto na bolsa de Nova York e operador de outros 50 empreendimentos turísticos, entre hotéis, trens, cruzeiros e restaurante, integra um circuito único para viajantes de alto nível.

O brasileiro, contudo, é nosso público prioritário. Desde 2006, aumenta a fatia de viajantes nacionais, de lazer e corporativo, no hotel. Neste carnaval, estimamos que ocupem quase a metade de nossas acomodações e dos salões durante o tradicionalíssimo Baile de Carnaval.

Os cariocas, de maneira muito especial, têm valor inestimável para nossas operações. No ano de 2011, o melhor em nossa história, foram eles responsáveis por 49% do faturamento, seja por meio do aluguel dos salões ou a frequência nos restaurantes e bar. Naquele ano, 95% dos frequentadores do Bar do Copa, 75% dos do Cipriani e 30% dos da Pérgula saíram de suas casas no Rio para desfrutar do muito que temos a oferecer.

Tanto carinho só podemos retribuir com mais conforto e melhorias. Em 2012, ficamos cinco meses com o prédio principal, inaugurado em 1923, fechado para uma grande reforma de modernização dos apartamentos e ampliação do lobby. Foram gastos em torno de R$ 30 milhões, empregados na reforma quase que total de acomodações dos andares mais baixos, na decoração das míticas suítes do sexto andar e da restauração e expansão do saguão.

Embora a evolução seja perceptível ao mais distraído dos frequentadores, não está em nossos planos abandonar a tradição. O hotel que viu Copacabana crescer em seu entorno, se abrir para o mar – naquela época não havia janelas com vista para a praia – e virar o bairro mais famoso do planeta está pronto para comemorar os 90 anos ainda mais bonito e bem cuidado. O passado, preservado na fachada. O presente, renovado no interior. E pronto para os desafios do futuro.

Andréa Natal é diretora geral do Copacabana Palace.

Andréa Natal