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Portal Brasileiro do Turismo

Opinião

Números; razão e sensibilidade

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Se hoje as decisões sobre investimentos na área de turismo são tomadas com base em dados e pesquisas que apontam as demandas mais prementes; isso só se tornou possível porque ao longo dos últimos oito anos vem sendo desenvolvida uma consistente base de dados e indicadores sobre o setor. Mas nem só à base de números se formulam as decisões estratégicas. Além da razão; é preciso ter sensibilidade.

Com a criação; em 2003; de uma pasta exclusiva para cuidar do Turismo na esfera federal; o setor ganhou uma nova dimensão.  O turismo passou a existir como atividade econômica; mas não se conhecia; nem se reconhecia como tal. Era preciso superar esta fragilidade.  O recém-criado Ministério do Turismo transformou a Embratur em órgão público dedicado exclusivamente à promoção do Brasil no exterior. Nesta nova função; a necessidade de se criar uma base de dados que contribuísse para o planejamento estratégico e o desenvolvimento econômico do turismo tornou-se ainda mais evidente.  Esta base de dados seria gerada e gerenciada pela Embratur sob a responsabilidade do Departamento de Estudos e Pesquisas; cuja missão era monitorar de forma efetiva e constante; tudo o que acontecia no turismo.

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e a Fundação Getulio Vargas foram os principais parceiros para a análise de dados relativos aos fluxos turísticos no Brasil que inicialmente já existiam de forma dispersa; coletados por órgãos públicos como a Polícia Federal; a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero); o antigo Departamento de Aviação Civil (hoje; Agência Nacional da Aviação Civil) e o Banco Central (BC). Aos poucos outras parcerias foram estabelecidas; agregando estudos executados por instituições como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O trabalho na Embratur começou com a disponibilização dos dados mensais sobre desembarques nacionais e internacionais e a  entrada de dólares. Mas ainda havia muito mais a ser feito e um longo caminho a percorrer. Hoje; diretamente subordinado ao Ministério do Turismo; o Departamento de Estudos e Pesquisas cresceu; administra um orçamento anual de R$ 6 milhões por ano; dedicado a manter um conjunto sólido de informações estatísticas e indicadores do setor. 
 
As ações do Departamento de Estudos e Pesquisas são estruturadas em quatro módulos que organizam os trabalhos seguindo divisão de dados em estudos conjunturais; estruturais; desenvolvimento e acadêmicos.  Nas linhas de pesquisa dos dados conjunturais inserem-se o Boletim de Desempenho Econômico do Turismo (BDET); a Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo (PACET) e a Sondagem de Expectativa do Consumidor (Intenção de Viagem); realizadas pela FGV. As pesquisas que lidam com dados estruturais incluem os estudos de Demanda Turística Internacional e Nacional; realizados pela FIPE; Mercado de Trabalho no Setor de Turismo; executada pelo IPEA; Perfil e Caracterização do Turista Não-Residente (Demanda Turística Internacional). Os estudos de desenvolvimento; que tratam do desenvolvimento do setor; são os estudos de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional e Potencialização da Cadeia Produtiva nos 65 Destinos Indutores; ambos conduzidos pela FGV; além do estudo da FIPE sobre Estrutura de Consumo e Impactos na Economia dos Meios de Hospedagem e o estudo do IBGE Economia do Turismo – Uma perspectiva Macroenomômica. Sem deixar de lado a preocupação em fomentar o pensamento acadêmico com visão estratégica para o setor; o Departamento de Estudos e Pesquisas apoia; através de convênio com a FGV; a Revista Eletrônica do Observatório de Inovação do Turismo e o Prêmio Monografias; Estudos de Caso e Reportagens do Setor de Turismo e Hotelaria.

 Quando o Departamento foi o Estudo da Demanda Internacional – que fornece à Embratur informações fundamentais sobre o perfil; origem e a movimentação do visitante  internacional – e que já existia desde os anos 1980; foi mantido;  mas teve sua base de dados ampliada; e a metodologia reformulada.  Em seguida; constatada a necessidade de se conhecer o pensamento do empresário do setor de turismo e sob inspiração do Boletim da Sondagem Conjuntural da Indústria; realizado pela FGV; criou-se em 2003; o Boletim de Desempenho Econômico do Turismo (BDET); do qual hoje participam mais de 600 empresas e cujos resultados podem ser comparados para fins de validação à análise das informações coletadas em outro estudo; a Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo; que ouve por meio de entrevista pessoal os executivos das principais empresas do setor. 

Suas conclusões mostram o sentimento e a expectativa dos empresários ligados ao turismo para o trimestre e o ano em curso e os seguintes. Para o gestor público; é um instrumento que ajuda a sinalizar de forma clara caminhos para direcionar os investimentos em áreas estratégicas para a atividade como infra-estrutura e mão de obra. Para o empresário; serve como termômetro e base de comparação com fundamentação consistente e que pode ajudá-lo no processo decisório.

A estes; outros estudos se seguiram; constituindo o que hoje se considera um avanço na evolução da área de pesquisa do turismo no Brasil. Muitos dos trabalhos realizados nestes oito anos são classificados como inovadores e tiveram sua relevância reconhecida por instituições como a Organização Mundial de Turismo; que os levou à mesa de debates em congressos e eventos internacionais. Estamos falando; como exemplo; do trabalho desenvolvido pela FGV para o Estudo de competitividade dos 65 Destinos Turísticos e do Sistema de Informações sobre o Mercado de Trabalho no Setor de Turismo desenvolvido pelo IPEA.  O resultado de todo este esforço está disponível a estudantes; jornalistas; pesquisadores profissionais e interessados nas informações sobre o setor; no site do Ministério do Turismo; na seção Dados e Fatos (www.turismo.gov.br/dadosefatos).

Desta forma; hoje o turismo brasileiro possui estatísticas e estudos consistentes gerando dados confiáveis; o que fundamenta as decisões e ações racionais dos setores público e privado. No entanto; deve-se sempre ressaltar que a racionalidade deve ser uma aliada da sensibilidade dos gestores.

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