
André Lameiro,diretor de Vendas e Marketing da BHG
A hotelaria brasileira mudou muito nos últimos anos. O setor vem se consolidando, acompanhando o ritmo econômico do país, que reflete em um processo de alteração em seu DNA. Empreendimentos que até então eram referência em grandes cidades, mudaram de mãos, saíram da proposta genuína de um gerenciamento familiar para uma necessária adequação a este mundo moderno, com uma grande dose de tecnologia, uma demanda de informação totalmente volátil e perecível e, com um consumidor muito mais exigente. Com certeza esse sistema de gerenciamento hoteleiro teve que se adaptar.
Acredito que talvez possamos estar vivendo o começo de uma terceira geração de hoteleiros. Muitas redes nacionais e outras internacionais viram e estão vendo o potencial deste mercado no Brasil. Algumas surgiram e sumiram muito rapidamente, outras estão se fortalecendo e crescendo, provavelmente porque entenderam que nestes novos tempos, a próxima geração de hoteleiros precisa ter características mutáveis, porém extremamente rápidas. Enquanto isso, uma interessante dança de bandeiras se iniciou por todo o Brasil.
De um lado os proprietários de hotéis e investidores, sempre em busca da melhor e maior rentabilidade, sem desvalorização do patrimônio e, de outro, as cadeias hoteleiras buscando fidelizar e mostrar seus pontos fortes neste momento de alta concorrência.
Em um país em que os hotéis considerados econômicos (midscale) e superiores são os principais receptores de turistas de negócios e lazer, ganhar espaço nestas praças, ampliar a rede de oferta e também conseguir manter a distribuição de vendas é fundamental. Nesta linha de atuação está a força da BHG – Brazil Hospitality Group, uma rede brasileira diferenciada, pois administra/ desenvolve e também é proprietária, e que representa com exclusividade a Golden Tulip Hospitality Group, uma renomada cadeia internacional. Em apenas dois anos a BHG cresceu muito. A empresa, que teve sua origem na fusão da InvestTur com a Latin America Hotels já ocupa a terceira posição no “ranking” das redes no país. Possui 36 empreendimentos hoteleiros, totalizando 7.068 quartos.
Vejo a BHG como um grande “case” de adaptação, dinamismo, energia, sempre focada em buscar o melhor retorno para o investidor, fatores estes que estão compondo o novo formato de trabalho na hotelaria nacional, ou seja uma operadora que quer realmente ser parceira. Também agrego a essas qualidades a palavra confiança. Isso porque realizar processo de “conversão de bandeiras” de maneira satisfatória, não é tarefa fácil. Mas penso que o mais difícil é conseguir mostrar ao investidor ou ao proprietário que ele está fazendo a melhor escolha, a mais confiável e fortalecida. A troca de bandeira consiste no início de uma nova administração do empreendimento hoteleiro. Os procedimentos são minuciosos e incluem estudo, planejamento e escolha do momento certo, adaptações, reposicionamento do produto, ajuste da equipe, além de trabalho de fidelização e identificação dos clientes com a nova marca.
O primeiro passo é sem dúvida transmitir ao investidor confiança de que qualquer impacto da conversão será minimizado. Para isto a BHG se estrutura em estudos do mercado, análise do hotel e seus equipamentos, reavaliação do pessoal para, a partir daí, iniciar uma reestruturação em todo o empreendimento. Depois, dependendo do caso, são feitos investimentos, não apenas na estética, mas também em eficiência dos equipamentos e no campo operacional. Um outro fator que deve merecer a atenção na conversão de um empreendimento é o cuidado com o patrimônio, pois a conversação é fundamental para que o empreendimento esteja sempre competitivo.
Após esse processo de mudança de bandeira, a etapa mais importante é garantir a fidelização dos clientes que precisam entender e memorizar a nova marca. Para se ter uma idéia do trabalho desenvolvido, na BHGsão utilizados três programas de fidelidade: o Ambassador Club, o Flavours e o Connections. Há também todo um trabalho de marketing em todos os veículos de mídia, visando a divulgação do novo empreendimento. Além disto, dispomos de um mailing de mais de 8.000 clientes corporativos que recebe informações sobre todas as novas aquisições da Companhia.
O mundo está de olho no Brasil, por sua economia em crescimento e por possuir um grande mercado potencial predominantemente urbano, parque industrial moderno e com tecnologia de ponta em vários setores, agricultura das mais rentáveis do mundo e comércio sofisticado. Nosso país representa uma inesgotável fonte de oportunidades de investimentos. Para não ficar de fora desse cenário, o turismo receptivo nacional deve estar aquecido com as novas tendências e padrões de qualidade internacionais.
(*) André Lameiro é diretor de Vendas e Marketing da Brazil Hospitality Group (BHG)
* André Lameiro