O cenário é favorável. O turismo no Brasil vive um de seus melhores momentos e a cadeia se prepara para sediar dois dos eventos mais importantes do planeta: Copa do Mundo; em 2014 e Olimpíadas; em 2016. Ambas as ocasiões farão com que todos os holofotes estejam voltados ao nosso país. O tempo corre; mas devemos ver este período como propício para planejamentos e execuções; pois precisamos estar estruturados para bem receber os milhares de turistas que chegarão e nos prestigiarão por aqui. A demanda do setor turístico aumenta e; com isso; se criam diversas oportunidades de novos negócios.
No final do mês de março; o Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat) reuniu importantes nomes do trade turístico para discutir melhorias e avanços na legislação a fim de melhorar o ambiente de negócios e dar base para um novo ciclo de desenvolvimento do setor no Brasil. Neste ano a entidade trouxe como palestrantes um dos maiores experts em desenvolvimento de complexos turísticos do mundo; Dennis Speigel; presidente da Internacional Theme Park Service. O encontro também contou com a presença de autoridades; parlamentares; dirigentes e profissionais de diversas áreas do turismo.
Comparada a de outros países; como os Estados Unidos e os da Europa; a indústria de parques e atrações é nova no Brasil. Porém; com grande potencial para aquecer economias locais e aumentar o índice de empregos; principalmente por oferecer a oportunidade da primeira profissão para muitos jovens. Isso; porque a maioria dos empreendimentos forma seus próprios profissionais in loco; mesmo quando esses não têm experiência anterior; oferecendo treinamento específico e investindo no aprimoramento dos mesmos.
Outro ponto positivo é que essa atividade integra outras áreas e serviços complementares; auxiliando no desenvolvimento econômico nos municípios onde estão instalados. Um parque; além de seus atrações e equipamentos de lazer; cria oportunidades de negócio com redes de alimentos; bebidas; transportes; publicidade; mídia; eventos; comércio de souvenires; serviços de segurança; hospedagem; manutenção industrial e muitos outros. Dessa forma; o setor se torna um grande promotor de negócios; em que lucra toda a comunidade ao redor dos empreendimentos.
Os parques temáticos também são capazes de povoar áreas vistas por muitos como inabitáveis e improdutíveis. A Walt Disney é um exemplo do quanto os parques representam para a cadeia do setor. A região pantanosa de Orlando; nos Estados Unidos; não tinha qualquer representatividade no turismo norte-americano e hoje é um sucesso no segmento em âmbito mundial. Temos também casos de sucesso como a Disney em Hong Kong e a EuroDisney; em Paris. Muitos diziam que a EuroDisney era um mico; mas em 2008; já como Disney Paris; recebeu 15 milhões de turistas; o mesmo número de visitantes da Torre Eiffel e do Louvre juntos; se tornando a atração turística mais visitada da Europa. Tanto em Paris como em Hong Kong; os governos locais tomaram a decisão de apoiar completamente a construção dos parques; investindo pesadamente na implantação de infraestrutura e concessão de benefícios a fim de transformarem suas regiões em pólos turísticos.
Aqui no Brasil existem casos parecidos. A cidade de Penha (SC) teve seu desenvolvimento estimulado após a construção do Beto Carrero World. O complexo de lazer e entretenimento é considerado uma das mais fortes referências turísticas de Santa Catarina. Só em 2010; 1;2 milhão de pessoas visitaram o empreendimento. Um ganho para o Estado onde está localizado e um ganho para o setor. No Ceará o mesmo efeito aconteceu com a implantação do Beach Park; no município de Aquiraz; próximo a Fortaleza.
Neste cenário o Sindepat tem sido um instrumento fundamental na criação de condições ideais para o desenvolvimento do setor no Brasil. Na última década obteve excelentes conquistas para o este nicho. De 1996 a 2000; muitos incentivos foram negociados com o Governo Federal. Graças ao empenho da entidade; foi possível fazer com que os parques fossem reconhecidos como um instrumento turístico ao inseri-los na Lei Geral do Turismo. Financiamentos e linhas de crédito menos onerosas; facilidades para a importação de equipamentos e novas campanhas promocionais e comerciais são o tripé para que o setor continue se desenvolvendo.
A nossa trajetória é de muito empenho e luta. Estamos comemorando uma fase de consolidação dos principais empreendimentos do País caminhamos para um futuro ainda mais promissor; fazendo crescer a cada ano os milhares de sorrisos e experiências inesquecíveis que os turistas e visitantes terão nos parques e atrações brasileiros.
Alain Baldacci é presidente do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat) e presidente do Wet’n Wild