Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as passagens aéreas foram o item que mais pressionaram o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2011, com uma alta nas tarifas que chegou a impressionantes 52,91%. Ou seja, com o perdão do trocadilho, as passagens aéreas ficaram nas alturas no ano passado.
Entre os principais fatores para tal índice de reajuste, o IBGE apontou alguns termômetros, como o encarecimento do querosene de aviação, que variou entre 35% e 40%; e a realização de eventos sazonais no país, como o Rock In Rio e até mesmo espetáculos como o do Cirque Du Soleil.
Mesmo com tudo isso e mesmo com problemas em muitos aeroportos, os brasileiros viajaram como nunca de avião em 2011. Com o ingresso definitivo da nova classe média no poder de compra dos bilhetes aéreos, o que não se vê é saguão de aeroporto vazio. Ao contrário, muitas filas nos balcões de check in e nas salas de embarque. Só em novembro, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o movimento do transporte aéreo doméstico cresceu 9,62% em comparação com o mesmo mês em 2010. No acumulado entre janeiro e novembro de 2011, o aumento foi de 11,92% em relação ao mesmo período de 2010. Ainda não há números definitivos, mas as previsões apontam para um total de 79 a 80 milhões de desembarques domésticos em 2011, contra 68,2 milhões registrados em 2010.
Diante deste cenário, com mais brasileiros viajando e com a oferta pressionando as companhias aéreas, além de outras variáveis incontroláveis, como o preço dos combustíveis, é bem provável que os preços aumentem ainda mais. Se pegarmos a afirmação do IBGE de que até um simples espetáculo do Cirque Du Soleil poder gerar pressão inflacionária nos bilhetes, o que dizer então do cenário de mega eventos que temos pela frente como a Conferência Rio +20, a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações, outro Rock In Rio, a Copa do Mundo, as Olimpíadas, a Copa América e muitos outros mais?
Cabe às companhias buscar formas de facilitar o acesso mais democrático possível aos cidadãos de voarem. Cabe aos brasileiros pesquisar preços, olhar a concorrência, pechinchar e até buscar horários alternativos ou outras formas de transporte que atendam melhor suas condições financeiras.
Não podemos esquecer também da infraestrutura, com o cumprimento de horários, boas condições nos aeroportos, pessoal técnico treinado e segurança. Tudo para que se justifique a tarifa salgada que vem sendo praticada ultimamente.