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Opinião

A reconstrução da Região Serrana já começou

Muito além da tragédia na vida da população; as cicatrizes do desastre causado pelas fortes chuvas que atingiram a Região Serrana deixaram marcas profundas na  infraestrutura de sete municípios da Região Serrana do Estado do Rio; afetando suas economias; em especial os setores de turismo e hotelaria locais. Segundo cálculos iniciais da Secretaria Estadual de Turismo e da Associação de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ); neste primeiro mês pós-tragédia; o setor hoteleiro calcula que o impacto apenas sobre as reservas dos hotéis ficaria na casa dos US$ 18 milhões; sendo que até o Carnaval este número poderia chegar aos US$ 30 milhões.

O que este episódio trouxe à tona foram décadas de omissão das autoridades locais; que fizeram vista grossa para as ocupações irregulares em faixas marginais de proteção dos córregos e rios da região. É lógico que a catástrofe natural foi inédita e devastadora; porém; certamente centenas de vidas seriam poupadas com uma política de prevenção.

É lamentável que três dos principais municípios da Serra (Petrópolis; Nova Friburgo e Teresópolis); que reúnem aproximadamente 271 meios de hospedagem e quatro mil apartamentos; estejam vivendo uma calamidade pública sem precedentes na história brasileira.

Só para se ter uma ideia da dimensão do que essas cidades representam na economia fluminense; Petrópolis é uma das cinco cidades do Estado do Rio consideradas destinos indutores pelo Ministério do Turismo. Ou seja; é uma cidade que possui infraestrutura básica; turística e atrativos qualificados capazes de atrair e distribuir significativo número de turistas para seu entorno; dinamizando a economia do território em que está inserido.

Ultrapassados mais de 15 dias após a tragédia que mobilizou o país; o momento agora é de começar a reconstruir as cidades atingidas e retomar a normalidade da economia da região. No nosso caso; em especial; que representamos o patrimônio hoteleiro; temos que tentar; ainda neste verão; recuperar os índices de ocupação nos empreendimentos que não foram atingidos – que são a grande maioria na Região Serrana; visando minimizar os prejuízos da estação. Somente nessa região; cerca de 12 mil postos de trabalhos estão ligados à indústria hoteleira; que registra nessa época do ano 85% de ocupação.

As prefeituras locais se dedicam agora a solucionar os problemas causados principalmente nas áreas social e ambiental; mas o grande desafio é não deixar que uma tragédia natural se transforme em tragédia econômica.

É preciso agir rápido para trazer de volta os visitantes que movimentam a Região Serrana; retomar o movimento de restaurantes; polos de moda; entre outros tantos segmentos do comércio que se beneficiam diretamente da atividade turística – segmento vital para a reconstrução das cidades.

O momento é de trabalhar. Passada a fase de socorro às vítimas; os governos federal; estadual e municipal terão que fazer um grande esforço conjunto para recuperar a região; assim como vem acontecendo na região da Costa Verde; que passou recentemente por problema semelhante; embora em menor proporção; e hoje recupera; a pleno vapor; sua vocação turística.

Alfredo Lopes é presidente da ABIH-RJ

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