Não foi desta vez. Nós tentamos, fizemos, enquanto torcida, a nossa parte, mas ainda sim não conseguimos comemorar o hexa. A Alemanha, como um trator, passou por cima da nossa seleção e destruiu o sonho de sermos campeões dentro do nosso país, de levantarmos a taça em pleno Maracanã. Quem foi (foram) o culpado? Como isso aconteceu? Por que aconteceu? Isso agora não faz mais diferença. Perdemos, e ponto final.
Mas se dentro do gramado a Copa de 2014 não teve o desfecho esperado pelos milhões de brasileiros, fora dele, foi sim, um sucesso para o turismo. Mesmo diante dos problemas que persistem, os visitantes estrangeiros que aqui chegaram e também os domésticos que se locomoveram pelo país, foram muito bem recebidos. O que antes da Copa era o prenúncio do apocalipse se tornou só elogios após o início do evento. Isto é o que indica o termômetro da imprensa internacional no que diz respeito às condições do Brasil para receber turistas e grandes eventos.
Os resultados apontados pelas pesquisas realizadas até o momento revelam hotéis lotados, recorde de movimento nos aeroportos e gastos astronômicos com cartões de crédito durante os 30 dias da competição. Num país de proporções continentais como o Brasil, essa festa que vimos em diferentes capitais e a variedade de estrangeiros a cada esquina, deveriam fazer parte de nosso dia a dia. Não podemos nos contentar com os seis milhões de visitantes internacionais por ano. Queremos mais. E a Copa de 2014 serviu para mostrar que podemos mais.
O Brasil pode, de fato, entrar em um novo ciclo de desenvolvimento no setor turístico, aproveitando a imagem passada para o mundo e a infraestrutura gerada por ele. Historicamente, em países que sediam a Copa, o número de turistas cresce em média 10% nos anos seguintes. Ainda é pouco para o Brasil, mas pode sinalizar um bom começo.
E claro, nem tudo são flores, como a própria Braztoa alertou, a realização do Mundial num período tradicionalmente marcado pelas férias teve um “efeito colateral”, esvaziando alguns destinos turísticos tradicionais. Seria bom se pudéssemos ganhar sempre, de todos os lados. Mas como estamos ainda na metade do ano, há tempo para que esses destinos e operadoras, que viram o movimento diminuir no último mês, se recuperarem, fechando o ano de 2014 com saldo positivo.
O Mundial terminou, mas a nossa torcida tem que continuar. Torcida para que o Turismo ganhe a devida importância no cenário político/econômico do Brasil e possa ser reconhecido como um grande gerador de emprego e renda.