Passada a euforia com a Copa do Mundo, o Governo e a iniciativa privada, assim como os diversos atores da indústria do Turismo, já começam a pensar nas Olimpíadas de 2016. A menos de dois anos para o evento, são muitas as preocupações que permeiam o setor. A começar pela Embratur, que inicia, no próximo mês, uma nova campanha promocional intitulada “Brasil Sensacional Olímpico”. As atividades serão baseadas no Goal to Brasil e terão o esporte como viés do turismo. Esta junção, diga-se de passagem, é excelente, e já provou que pode ser uma alavanca para ampliarmos a recepção de visitantes estrangeiros, atualmente estacionada em seis milhões. A expectativa é que a exposição massiva de vários estados durante o Mundial da Fifa tenha contribuído para que mais turistas optem por nosso país nos próximos anos.
E como o tempo passa de pressa, o início dos trabalhos voltados para os Jogos Olímpicos deve mesmo começar agora. Assim como uma mobilização de toda a cadeia turística. Neste sentido, o presidente da Braztoa, Marco Ferraz, alerta para um importante ponto, o chamado “Custo Brasil”. De fato, os preços terão que ser razoáveis, caso contrário, o consumidor, mais uma vez, não irá pagar valore irreais, independente do produto, do pacote ou do serviço. As operadoras, como intermediárias, esperam que fornecedores entendam esta lógica e usem o bom senso.
O Rio de Janeiro, como principal sede (Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Salvador
Receberão partidas de futebol) corre para cumprir os prazos e fazer jus às expectativas. “Barcelona que me perdoe, mas nenhuma outra cidade se transformará tanto em tão pouco tempo quanto o Rio”, garantiu o prefeito da cidade, Eduardo Paes. De acordo com ele, o investimento total já chega a R$ 37,6 bilhões, sendo que 57% deste valor será arcado pela iniciativa privada. Apesar disso, a realidade é que das 13 instalações olímpicas que irão abrigar os 28 campeonatos esportivos, apenas três estão concluídas: a modernização do estádio do Maracanã e a urbanização de seu entorno, que custaram R$ 1,309 bilhão; a ampliação da capacidade do Sambódromo de 60 mil para 72.500 lugares, para que possa receber provas de tiro com arco e a chegada da maratona; e o Parque dos Atletas.
No caso da Copa, apesar dos atrasos e das previsões de caos, a realidade se mostrou diferente. O evento, de forma geral, foi um sucesso. Isso não quer dizer que devemos ficar tranqüilos acreditando que o mesmo vai acontecer com as Olimpíadas. Como já diz o ditado, é melhor prevenir do que remediar. Ou seja, a corda está no nosso pescoço, então é preciso agir.
Por mais animados (com os resultados de 2014) e ansiosos (com o que está por vir em 2016) que estejamos, é preciso ter a certeza de que um megaevento de sucesso (ou dois) não se traduz, automaticamente, em um crescimento do setor a longo prazo, sem que este apresente alguma estratégia clara de desenvolvimento. Continuar investindo em infraestrutura é fundamental, com a missão de tornar todas as partes do país facilmente acessíveis ao turismo, juntamente com um investimento renovado na comercialização da “marca Brasil”. Este é o nosso momento. Esta é a hora.