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Opinião

​Sonhos adiados

A exemplo de outros setores da economia, a indústria do turismo também foi diretamente afetada pela crise econômica. As vésperas da alta temporada o mercado das operadoras já contabiliza uma queda de 20% na venda de pacotes, comparado ao mesmo período do ano passado. Nunca em períodos de férias se viu tanta promoção. Tudo com o objetivo de estimular o cliente a viajar. As companhias aéreas também estão fazendo as contas. Com a alta superior a 22% no preço do combustível haja equação para manter o equilíbrio. Redução na oferta doméstica e queda nas tarifas internacionais. Nas viagens ao exterior pode-se comprar uma passagem aérea para Europa ou Estados Unidos por menos de US$ 500.

As secretarias estaduais e municipais de Turismo enfrentam também turbulências e falta de recursos para ações estratégicas. Alguns estados sequer participaram da última FIT. No Distrito Federal a situação foi ainda pior: o governo estadual decidiu simplesmente extinguir a pasta e o secretário Jaime Recena, que presidia o Fornatur, deve deixar o cargo nos próximos dias. A saída tem sido buscar parcerias como aconteceu recentemente com a Setur do Rio de Janeiro que fechou um acordo com a UFF para implantação de um projeto da oferta do Inventário Turístico do Estado.

No setor hoteleiro o drama dos empresários também não é diferente. O último levantamento do Fohb revela queda nas taxas de ocupação e no preço das diárias médias. Há anda o risco da expansão  desordenada do setor no Rio. Será que teremos demanda para 15 mil novos quartos que estarão sendo inaugurados até 2016 para as Olimpíadas?

Em Brasília o Ministério do Turismo e a Embratur buscam fazer “milagres” com o pequeno orçamento, que teve um corte de 74% este ano. No momento em que o Brasil se prepara para realizar as Olimpíadas, o Governo decide reduzir as verbas em promoção.  Sem verbas as ações promocionais nos principais destinos emissores têm sido tímidas. Na última edição da FIT Argentina não se ouviu falar em Olimpíadas.

O interessante é que a própria presidente Dilma Rousseff em seu discurso durante a solenidade do lançamento do Ano Olímpico para o Turismo reconheceu a importância do setor. Falta às nossas autoridades  a capacidade de transformar promessas em ações práticas. O Congresso também  não se definiu sobre a liberação de vistos para turistas norte-americanos e depois da aprovação na Câmara falta o aval do Senado. Temos com os Jogos Olímpicos uma oportunidade única diante da exposição do país em números nunca vistos no exterior.  

Resta saber como o país vai aproveitar essa gama de oportunidades e que legado irá deixar para a população.  Resta esperar que o mercado reaja e o setor de viagens registre um crescimento de última hora. Resta acreditar que dias melhores virão e que os sonhos de muitos brasileiros não serão adiados.

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