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Opinião

​Na contramão do mercado

Um dos segmentos mais promissores para 2016 no cenário mundial é o de cruzeiros marítimos. De acordo com o recente estudo da Cruise Industry Outlook, as viagens de cruzeiros não param de crescer e evoluir a um ritmo recorde. De acordo com a publicação, a indústria terá 24 milhões de passageiros este ano, um aumento de 15 milhões em relação a 2006 .

A Associação revelou também que as armadoras esperam lançar 27 novos navios até dezembro, representando um investimento total de mais de US $ 6,5 bilhões em novos transatlânticos. No Brasil, apesar do volume gerado pelo setor, que segundo dados da FGV injetou na economia em 2015  mais de R$ 2 bilhões, houve uma queda no volume de passageiros transportados e também no número de transatlânticos, tendência que se mantém para 2016 e 2017.

Já no ano passado a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (CLIA-Abremar) revelou que apenas 549.619 passageiros realizaram viagens marítimas pelo Brasil. Trata-se de uma redução de 7,78% sobre o total de passageiros transportados na temporada anterior (2013/2014). Nesta temporada não foi diferente. E para 2016 a situação é pior ainda.  A MSC Cruzeiros trabalhará com dois navios e cortará outros dois do percurso brasileiro. A Royal Caribbean informa que não pretende trazer nenhum transatlântico para a Costa Brasileira. A situação é preocupante. Só para lembrar que em 2010, os portos do país receberam 20 transatlânticos.

A Clia Abremar alega que o setor tem queda no Brasil por causa da falta de competitividade. Há outros fatores como os altos custos operacionais no Brasil e o crescimento de mercados como Ásia e Oceania, que têm feito inúmeros investimentos de infraestrutura e apresentado cenários mais competitivos. No Brasil, o estado precário das estações de passageiros nos principais portos do país pouco mudou. Nem mesmo as promoções e tarifas com câmbio congelado animaram os consumidores.

A verdade é que sem apoio governamental, com as dificuldades de linhas de crédito e restrições dos órgãos responsáveis pela preservação do meio ambiente, não há como o setor crescer. Tudo agravado por uma legislação ultrapassada e a falta de visão das autoridades responsáveis. Um exemplo típico é o porto do Rio de Janeiro onde Prefeitura e o Pier Mauá não se entendem e se culpam pelo desconforto que obriga os passageiros a enfrentar horas de espera no desembarque, sem esquecer o canteiro de obras do VLT, que transformou o local numa via crucis. Com um litoral privilegiado o Brasil vê naufragar as chances de sobrevivência do setor.

Luiz Marcos Fernandes é chefe de Reportagem do M&E. Formado em Comunicação Social pela Faculdade Hélio Alonso e com pós-graduação em Turismo pela UNB de Brasília.

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