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Opinião

​Concorrência benéfica

O aumento contínuo na demanda doméstica, que registrou em outubro um incremento de 6,4% em comparação ao mesmo período do ano passado, revela cada vez mais a importância na aprovação pelo Governo, de medidas como a ampliação da participação do capital estrangeiro em empresas aéreas brasileiras. Certamente, com maior poder de compra, fruto desta participação, o mercado tende a ficar mais competitivo, beneficiando assim o passageiro. Isso já aconteceu com os acordos bilaterais na política de céus abertos.

Outra medida que também deve passar pelo crivo do Congresso e da presidente Dilma Rousseff é o programa de incentivo a aviação regional. Num país de distâncias continentais como o nosso, fica difícil entender os entraves que ainda impedem o desenvolvimento deste segmento. Há que se liberar medidas de incentivo às empresas que operam com aviões de menor porte, de modo a incrementar o turismo regional e o turismo de fronteiras. Se o Governo tem a real intenção de fortalecer o turismo doméstico, não pode ficar indiferente ao programa de aviação regional. Há que se investir em pequenos aeroportos e estimular empresas a atuarem neste mercado.

Também é importante que haja uma melhor distribuição da malha aérea. Recentemente, a Anac tomou uma medida saudável ao oferecer novos slots para empresas que ainda não tinham acesso ao aeroporto de Congonhas. A medida teve resposta imediata e, rapidamente, novas rotas foram anunciadas. O problema da má distribuição aérea afeta diretamente regiões como Norte, Nordeste e Sul do Brasil. Até hoje repousa em “berço esplendido” o marco regulatório da aviação comercial

Em relação às restrições aos brasileiros que viajam ao exterior, nada mais saudável do que incentivar a criação de zonas francas junto às fronteiras. Seria uma forma de levar os nossos turistas a deixarem suas divisas no país. Ao contrário do que acontece em outros países vizinhos, o Brasil não faz uso desta estratégia. Até mesmo a chamada “zona franca” de Manaus é direcionada apenas ao setor industrial. O consumidor final não tem qualquer benefício nas compras do comércio ou incentivo para realizar suas compras. A criação de zonas francas certamente aumentaria a concorrência com outros mercados.

Na esfera governamental há que se criar um movimento das principais instituições e associações do turismo do Brasil de tecer, a quatro mãos com o Governo, um novo modelo para o funcionamento do Conselho Nacional do Turismo, que se tornou uma verdadeira reunião entre amigos sem ações práticas. Há que se identificar as demandas do setor e apresentar propostas cobrando do Governo o compromisso de efetivá-las. Enfim, são medidas saudáveis que podem fazer com que o nosso setor ganhe maior competitividade, eficiência e profissionalismo.

Luiz Marcos Fernandes é chefe de Reportagem do M&E, formado em Comunicação Social pela FACHA, com curso de pós-graduação em Turismo pela UNB.

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