Nos últimos anos o Brasil se acostumou a ser olhado pelos destinos internacionais como principal mercado em potencial. O número de brasileiros cresceu em muitos destes países, mas não como o esperado por eles. Neste quesito, continuamos sendo o país do futuro, uma vez que os gringos continuam “acreditando no país a longo prazo”. Pelo menos, é o que dizem. Mas a curto prazo não há muitas perspectivas de que o internacional volte a crescer. Especialmente se o dólar continuar instável.
Nos últimos meses, Copa Airlines, Azul, Delta, American Airlines e, agora Tam, ajustaram a sua oferta de voos para o exterior. É certo que algumas delas não diminuíram a oferta total de assentos, apenas readequou os seus voos em cidades com maior demanda. Mas não deixa de ser um sinal. Por outro lado, vemos ofertas e ações voltadas para o doméstico.
Depois de um longo período em que viajar para o exterior era muito mais vantajoso, o brasileiro começa a ver promoções e pacotes a preços muito mais acessíveis, ainda mais em um momento que a cotação do dólar passou a ser imprevisível. Este fator também é reforçado pelo comportamento do consumidor, que além de ter aumentado a sua vontade de viajar pelo país, está a procura de viagens que caibam no bolso.
O levantamento do Ministério do Turismo sobre o desejo de viagem dos brasileiros mostra que quase 80% das famílias que pretendem viajar nos próximos seis meses têm preferência por viagens dentro do país. É claro que o preço influencia muito, mas vale ressaltar os esforços de promoção dos estados para aproveitar este momento.
A oferta está aí e o consumidor, embora mais tímido, também. Cabe as agências e operadoras trabalhar para ter o produto certo na prateleira para fisgar este cliente. As pesquisas já mostraram que o brasileiro não quer parar de viajar. A parte do trade nisso tudo é elaborar produtos que se encaixem neste novo perfil de viajante e que, principalmente, caiba no seu bolso. Por isso, é o grande momento do doméstico.