Não estarei mentindo se disser que todas as profissões são importantes. Afinal, o Brasil depende de cada trabalhador, independente da área em que atue, para se manter em constante evolução, adaptando-se e readaptando-se a uma realidade que jamais, nem por um instante, deixa de se transformar. Ainda assim, acho fundamental enfatizar o cuidadoso cotidiano de alguém que respira responsabilidade e relevância: o agente de viagens.
Tenho certeza de que, assim como eu, a maior parte dos brasileiros já ouviu rumores de que este é um trabalho em extinção. Apesar disso, é verdade quando dizem que as pessoas têm viajado mais do que no passado, como decorrência direta da estabilização da economia nacional e do aumento do poder aquisitivo. Creio que possa afirmar com segurança que um dos fatores que colaboraram para este crescimento nas demandas domésticas e internacionais está, justamente, na venda de passagens aéreas e hospedagem diretamente ao consumidor final, por meio dos conhecidos sites de compras coletivas. Encarados, não sem razão, como verdadeiros inimigos pelos profissionais do mercado de Turismo do Brasil e do mundo, eles anulam completamente a participação dos agentes ao oferecerem preços mais baixos e vantagens aparentemente melhores.
Sejamos francos: o objetivo de qualquer passageiro, seja ele da nacionalidade que for, é, de fato, gastar menos. Muito embora consultar um agente de viagens, com a finalidade de montar pacotes e planejar as esperadas férias com a família, signifique desembolsar uma quantia maior, é parte essencial de nosso trabalho comprovar que, a partir do nosso esforço em encontrar passagens mais baratas e elaborar roteiros específicos, ele ganha segurança e tranquilidade para deixar sua residência para trás e embarcar rumo a novos destinos.
É chegada a hora de o mundo conhecer e reconhecer o trabalho que os agentes desempenham todos os dias. Já faz tempo que temos lutado para garantir a valorização da nossa profissão e é com este espírito otimista que devemos encarar a virtualização das agências, as vendas diretas e a autonomia que os consumidores dispõem para programarem sua própria viagem.
O dia 22 de abril foi destinado exclusivamente a nós e às incessantes atividades que desenvolvemos em benefício do conforto alheio. Em honra à nossa história e aos nossos objetivos, parabenizamos uns aos outros não apenas nesta data – comemorada no mesmo dia em que se celebra o descobrimento do Brasil –, mas, principalmente, pelo trabalho realizado com tanto empenho e que tanta felicidade proporciona aos clientes.
Por estar à frente da Associação das Agências de Viagens Independentes do Interior do Estado de São Paulo (Aviesp) e da Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo (Abav/SP), reconheço diariamente a importância de manter o setor unido e oferecendo serviços de qualidade. Hoje, mais do que nunca, o nosso trabalho é uma necessidade. No que diz respeito à perda de espaço para redes sociais e sites de companhias aéreas, por exemplo, ressalto que cabe exclusivamente a nós utilizarmos as novas tecnologias a nosso favor, atraindo e satisfazendo a todos aqueles que nos procuram, pois ainda são muitos os consumidores dos nossos produtos.
Por mais clichê que possa parecer, faço valer a frase “unidos, venceremos!” e, com muita humildade, peço que os agentes de todo o país se mantenham juntos e colaborem no zelo pela nossa profissão, tão forte e tão frágil. Acredito, sinceramente, que está em nossas mãos guiá-la ou não para o sucesso, fazendo-a brilhar de forma que sua luz se mantenha acesa, ainda, por muitas gerações. É com muito orgulho que grito aos quatro ventos que faço parte desta família, cujo respeito e admiração não devem se apagar jamais. Contem comigo!
William José Périco é presidente da Aviesp e da Abav/SP
William José Périco