
A obra, que está em fase final de edição, tem previsão de ser lançada até o final do ano (Divulgação)
O secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, prepara o lançamento ainda este ano de um livro sobre filosofia da arte e teoria e história da arquitetura, com foco na evolução do barroco desde suas origens europeias até sua expressão única no Brasil colonial.
Em fase final de edição pela Editora C/Art, o livro mergulha na evolução da arte e arquitetura barroca, traçando suas origens europeias desde a escola alemã até sua expressão única no Brasil colonial. Com um estilo acadêmico rigoroso, mas acessível, a obra explora a complexa trama de influências culturais, religiosas e artísticas que moldaram o barroco luso-brasileiro.
Um dos focos da obra é a análise detalhada da arquitetura religiosa barroca, especialmente os templos. Oliveira examina minuciosamente a evolução das plantas de igrejas, fachadas e elementos decorativos, desde os modelos portugueses até as inovadoras adaptações brasileiras.
O secretário também dedica atenção ao desenvolvimento do barroco em Minas Gerais, no entanto, segue pelo modernismo mineiro, seja pela Semana de Arte Moderna ou pela Pampulha, até as culturas que originaram Brasília, sempre no sentido de compreender o contemporâneo, com o rigor histórico.
As culturas, defende Oliveira, forjaram a fé e foram criadas e plasmadas nas artes do que ele chama de “artes da fé”, destacando como a descoberta do ouro e a participação da sociedade civil e seus grupos étnicos, levaram a uma expressão artística mais livre e inovadora na região e que influenciou a arte moderna de Brasília como extrato da brasilidade.
A obra também aborda temas filosóficos mais amplos, como a dualidade entre o classicismo renascentista e o teocentrismo medieval que caracterizou o período barroco e soltas pela modernidade. Oliveira explora como essas tensões se manifestaram na arte e arquitetura da época.
O livro será ricamente ilustrado, com descrições detalhadas de importantes edificações barrocas, modernas e contemporâneas no mundo e no Brasil. Oliveira analisa elementos arquitetônicos específicos, como o uso de escadarias, jardins e a integração dos templos com o espaço urbano e sua relação mais que litúrgica, na nossas terras, multiculturais.
Além disso, a obra contextualiza o desenvolvimento artístico dentro do panorama histórico mais amplo, discutindo o papel da Contrarreforma, da Companhia de Jesus e da expansão colonial portuguesa na formação do barroco luso-brasileiro.