Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.
Portal Brasileiro do Turismo

Serviços / Turismo em Dados

FecomercioSP destaca ganhos de 2023, tendências para 2024 e principais desafios do turismo

Guilherme Baroli comandou um bate papo com Guilherme Dietze, economista e coordenador do Conselho de Turismo da Federação e Leandro Paez, sócio-diretor do BCG São Paulo para debater as questões e apresentar dados

A Fecormercio SP promoveu, nesta terça-feira (19), o último “Café Sem Filtro”, evento para apresentar números e insights para analisar desempenho do setor de turismo, a evolução do perfil do viajante brasileiro e tendências para 2024. De acordo com um levantamento da entidade, o turismo brasileiro vai fechar o ano de 2023 com um faturamento 11% maior em comparação a 2022.

Participaram do bate papo, que foi realizado através de uma live no Youtube e mediado por Guilherme Baroli, o economista e coordenador do Conselho de Turismo da Federação, Guilherme Dietze e o sócio-diretor do BCG São Paulo, Leandro Paez.

De acordo com dados da pesquisa mensal sobre o faturamento nacional do setor, elaborada pelo Conselho do Turismo da Fecomercio SP, em setembro, o Turismo alcançou R$ 15,6 bilhões, com 21 das 27 unidades federativas apontando crescimento do faturamento na comparação anual. São Paulo, que, tradicionalmente, exerce a maior influência no resultado geral, acumula alta de 4,5% no ano. Em Mato Grosso (20,8%), Tocantins (15%) e Mato Grosso do Sul (14%) foram observadas as maiores variações.

“O ano de 2023 foi de consolidação, de estabilização das empresas de turismo pós pandemia. Tivemos um crescimento de 10% no número de passageiros viajando de avião, 30% de crescimento nas diárias médias e 60% de taxa de ocupação nos hotéis, 13% de crescimento da diária média do aluguel de automóveis e as agencias de turismo também beberam um pouco desse impulso do setor, com um ano muito bom em resultados”, destacou Leandro Paez.

Para 2024, os especialistas acreditam que para alavancar ainda mais o setor é necessário trabalhar para reduzir o preço da passagem, acessibilizando o setor aéreo, tornando os gastos dos consumidores e empresas mais eficiente, tornar o ambiente mais adequado pra conseguir mais investimento das empresas, trabalhar na redução das burocracias e em uma maior promoção dos destinos, principalmente fora do país.

“Temos uma estrutura de estado muito grande mas precisamos ter este imediatismo de transformação de estado. O potencial do setor é enorme mas precisamos de competitividade em relação a outros mercados, redução da carga tributária e de burocracia, as taxas de juros precisam reduzir, os preços – principalmente do aéreo também precisam cair para aumentar o fluxo de viajantes, bem como investimentos em infraestrutura, e assim conseguiremos atrair mais turistas – principalmente os estrangeiros”, afirmou Guilherme Dietze, economista e coordenador do Conselho de Turismo da Federação.

Apesar do setor do turismo movimentar 8% do PIB brasileiro e ser um forte motor para a economia, faltam investimentos e um olhar mais sério para o setor. Atualmente, o Brasil recebe apenas 6 milhões de turistas estrangeiros ao ano, número muito baixo quando comparado a outros países. Para comparação, o México recebe 40 milhões de turistas estrangeiros todos os anos. “Acreditamos no potencial do país e o Brasil tem uma marca de país natural e acolhedor. Acreditamos que podemos aumentar o número de estrangeiros, mas precisa de um trabalho conjunto e um olhar mais sério para o setor”, disse Leandro Paez.

Promoção internacional é um caminho

Segundo Dietze, se quisermos aumentar o numero de turistas estrangeiros, é necessário trabalhar nos entraves para poder finalmente impulsionar a entrada destes viajantes no País (Eric Ribeiro/M&E)

Segundo Dietze, se quisermos aumentar o numero de turistas estrangeiros, é necessário trabalhar nos entraves para poder finalmente impulsionar a entrada destes viajantes no País. “Se o mercado norte-americano é nosso segundo maior mercado emissor, precisamos diminuir as burocracias para que eles cheguem até aqui, por exemplo. Tirar a necessidade do visto para não perder competitividade e atrair mais turistas, é algo que precisamos debater”.

Para Leandro, há alguns fatores que dificultam a escolha dos turistas estrangeiros – principalmente os norte americanos, pelo Brasil, mas que podem ser trabalhados e superados. “Há fatores estruturantes e conjunturais que dificultam a chegada dos turistas estrangeiros. Do lado estruturante, temos o desafio da localização. O México por exemplo tem fácil acesso dos EUA e promovem seus destinos de uma maneira correta. Então perdemos um pouco da competitividade por isso. Outro desafio é a questão da língua também, o viajante fica pensando se vai conseguir se virar aqui. Esses dois se conversam com outros problemas conjunturais, como o problema de segurança. Isso é um desafio mas temos toda chance de reverter. A infraestrutura também não facilita. Precisamos aumentar ainda a oferta de voos diretos para destinos verdadeiramente turísticos, como a região nordeste. Tem alguns entraves bastante importante para superar como setor”, explicou Paez.

A promoção dos destinos fora do Brasil é um caminho, segundo os especialistas, para aumentar estes números. “A Embratur tem feito um bom trabalho, mas precisamos continuar reforçando nossa marca, nossos destinos, principalmente nos mercados potenciais”, complementou Leandro.

Macrotendências para 2024

De acordo com um levantamento da BCG, os consumidores esperam manter ou aumentar os gastos com viagens no ano que vem e o turismo doméstico deve seguir crescendo. “Fizemos um estudo recente para entender o sentimento do consumidor em relação aos gastos e mais de 60% dos participantes tinham expectativa de aumentar os gastos em viagens a lazer no próximo ano, seja por que esperam uma inflação então já estão se preparando para gastar mais ou por escolher viagens talvez mais longas, com mais gastos. Mas há esta intenção de aumento no gasto com viagens para 2024”, afirmou Leandro.

Sobre as tendências esperadas para o ano que vem, o especialista destaca que a digitalização e facilitação da viagem é algo a se atentar. “Uma das tendências que veio para ficar é a experiência digital e simplificação de toda a jornada. É importante que as empresas continuem com essa lente e continuem aprimorando isso. Ficar atento também a novos segmentos de demanda e perfil é essencial. A bussola do viajante mudou bastante, então é fundamental pensar na proposta de valor para estes viajantes, entender o que eles buscam e oferecer isso”, complementou.

Leandro Paez não acredita que os preços das passagens aéreas devam cair no próximo ano, mas acredita que será um ano de crescimento novamente, e que se investimentos forem feitos, 2025 deve ser um ano ainda melhor para o turismo – mais estabilizado. A hotelaria também deve ter um cenário semelhante em 2024, mas pode ser um momento do segmento pensar em um aumento de capacidade, para poder ter um aumento de oferta e consequentemente de ocupação.

Receba nossas newsletters
[mc4wp_form id="4031"]