
Produção começa entre o fim de junho e início de junho e testes devem ficar prontos em agosto, afirma o presidente da AstraZeneca no Brasil
A companhia farmacêutica AstraZeneca firmou um acordo para produzir em escala a vacina contra o coronavírus (Covid-19) desenvolvida na Universidade de Oxford. A produção deve iniciar entre o fim deste mês e o início de julho, afirmou o presidente da AstraZeneca do Brasil, Fraser Hall, em entrevista à revista Exame.
“Nosso plano é produzir globalmente a vacina entre o final deste mês e o início de julho, em escala. Se fizermos isso teremos 400 milhões de doses iniciais no final de setembro, começo de outubro”, afirmou. Com a previsão, as doses da vacina devem chegar ao Brasil antes mesmo do fim dos testes clínicos, que duram cerca de um ano. Atuamente o desenvolvimento da vacina está em fase 3, na qual serão testadas 50 mil pessoas, sendo pelo menos 2 mil pessoas no Brasil.
A AstraZeneca está em contato com Ministério da Saúde para definir o número de doses que serão enviadas ao Brasil e quando elas chegarão e o formato de distribuição. Existe inclusive a possibilidade de que doses sejam produzidas no País. Na avaliação da empresa algumas instituições poderiam produzir a vacina, entre elas o Instituto Butantã, em São Paulo, e a Fiocruz, no Rio de Janeiro. As doses usadas no teste clínico estão sendo produzidas na Europa. A AstraZeneca tem uma fábrica em Cotia, São Paulo, mas que não está habilitada para a produção de vacinas.
Hall informou à Exame que a expectativa é de que os primeiros resultados dos testes estejam disponíveis no final de agosto, o que permitiria à companhia já disponibilizar a vacina em setembro. O risco de iniciar a produção antes do resultado dos testes é possível principalmente devido às parcerias que estão sendo firmadas entre a AstraZeneca e governos e entidades pelo mundo. “O fato de podermos tomar esse risco vem também das parcerias”, afirma Hall. A companhia se comprometeu a disponibilizar 2 bilhões de doses da vacina.
Fonte: Exame