A economia mundial deve avançar 3% neste ano, segundo projeções divulgadas nesta quinta-feira (18) pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) no relatório “Economic Outlook”. No documento, a instituição prevê queda de 4% para a economia brasileira em 2016 e afirma que o País está passando por uma profunda recessão e só deve começar a emergir dela no próximo ano. Para 2017, a instituição espera estabilidade econômica para o Brasil, ou seja, crescimento zero.
A OCDE prevê para este ano apenas uma modesta recuperação nos países desenvolvidos e atividades econômicas mais lentas nos mercados emergentes. “A economia mundial não deve se expandir mais rápido em 2016 do que em 2015, quando teve seu ritmo mais lento em cinco anos”, afirma o relatório. O comércio e os investimentos estão fracos, e a baixa demanda está colocando inflação, salários e empregos em níveis inadequados, segundo a organização.
A última previsão da OCDE para a economia mundial era 0,3 pontos percentuais maior. A instituição explica a queda na estimativa principalmente por influência de Estados Unidos, zona do Euro e mercados dependentes de exportações de commodities, como o Brasil e o Canadá. “Riscos de instabilidade financeira são substanciais”, afirma o relatório, citando queda no preço de ações, vulnerabilidade dos fluxos de capitais e altas dívidas internas.
Para o ano que vem, a OCDE prevê crescimento econômico mundial de 3,3%, um pouco acima do deste ano. Para os Estados Unidos é esperado avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 2% em 2016 e de 2,2% em 2017. O Reino Unido deve crescer 2,1% e 2% respectivamente, o Canadá 1,4% e 2,2% e o Japão 0,8% este ano e 0,6% no ano que vem. Para a área do euro a organização estima avanço econômico de 1,4% em 2016 e 1,7% em 2017. A China tem expectativa de crescimento de 6,5% (2016) e 6,2% (2017), enquanto na Índia as taxas serão de 7,4% e 7,3%, respectivamente.
A OCDE pede respostas políticas fortes dos países para enfrentar o fraco crescimento econômico e afirma que os governos não devem confiar somente nas políticas monetárias, que têm se revelado insuficiente para impulsionar a demanda e gerar avanço. O relatório sugere que a resposta política fiscal, combinada com novas reformas estruturais, é necessária para apoiar o crescimento e proporcionar um ambiente mais favorável à inovação, com aumento de produtividade e mudanças, principalmente nos países europeus.