
Em 2020, o valor destinado ao consumo no varejo foi de R$ 103,8 bilhões, 35,4% dos recursos do benefício
O auxílio emergencial este ano deve impactar o setor oito vezes menos. O cálculo é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e leva em conta principalmente a redução do montante de recursos disponibilizados, além de fatores como o comprometimento da renda familiar da população.
Na nova rodada do auxílio emergencial, R$ 12,75 bilhões devem ser injetados nos caixas do comércio varejista, o equivalente a 31,2% do que for sacado pela população. Em 2020, o valor destinado ao consumo no varejo foi de R$ 103,8 bilhões, 35,4% dos recursos do benefício.
“É preciso observar que a partir de setembro, quando o auxílio foi reduzido à metade, o varejo conseguiu manter as vendas aquecidas. Isso porque há fatores que também impactam a capacidade de consumo da população, como o nível de isolamento social, as condições de crédito e a inflação”, disse o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Além disso, estatísticas do Banco Central mostram que o comprometimento da renda das famílias, que já se situava em nível recorde, aumentou ao longo do primeiro trimestre de 2021. A CNC estima que atualmente essa proporção tenha atingido 30,3% da renda familiar. Assim, a tendência é que, mesmo proporcionalmente, mais recursos do auxílio emergencial tenham outra destinação que não o consumo de bens.