
No mapa da retomada do nível de atividade do comércio de rua, os Estados da Região Norte se destacam quando analisados sob a ótica da circulação de consumidores
A aceleração do ritmo de recuperação do volume de vendas no varejo pós-pandemia vem sendo mais intensa nos Estados do norte do País, nos últimos meses, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Cinco das sete unidades da Federação que compõem essa região apresentaram avanço acima da média nacional, que foi de 1,6%. Os primeiros no ranking de crescimento nacional são Roraima, com 17,1%, Pará, com 15,7%, Amapá, com 14,6%, Amazonas, com 6,2%, e Rondônia, com 3,2%.
No mapa da retomada do nível de atividade do comércio de rua, os Estados da Região Norte se destacam quando analisados sob a ótica da circulação de consumidores. De acordo com dados do Google Mobility, o fluxo de pessoas em estabelecimentos voltados para a venda de bens ou serviços praticamente se normalizou em relação ao início de 2020. Ao fim de julho deste ano, a defasagem é de 1% em relação ao período entre 3 de janeiro e 6 de fevereiro de 2020, considerado como base para a pesquisa.
No Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro foram os epicentros da crise sanitária. Esses estados reuniram 37% dos casos de Covid-19 desde março de 2020 e, por conta das medidas de redução da mobilidade para conter o vírus, foram as últimas unidades da Federação na lista da retomada da circulação de consumidores. Segundo dados da Neotrust, a Região Sudeste concentrou 65% do e-commerce brasileiro em 2020, contrastando com a Região Norte, que foi responsável por apenas 2% do comércio eletrônico brasileiro naquele ano.
“A estrutura logística mais desenvolvida de São Paulo e Rio de Janeiro certamente contribuiu para uma menor dependência do comércio em relação ao consumo presencial”, explica o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Para ele, “isso favoreceu o processo de digitalização do consumo e auxiliou na retomada do nível de atividade do setor”.
Vendas no varejo maiores que antes da pandemia
No contexto nacional, em maio e junho de 2022, o volume de vendas no varejo brasileiro recuou 0,4% e 1,4%, em relação a abril e maio, respectivamente. Apesar dessas retrações, o nível de atividade se manteve 1,6% acima do patamar observado no mês que antecedeu o início da crise sanitária, em fevereiro de 2020. Nos dois primeiros meses de pandemia (março e abril), o varejo brasileiro chegou a acumular retração de 18,9%.