Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.
Portal Brasileiro do Turismo

Feiras e Eventos / Hotelaria / Turismo em Dados

IV Fórum de Hotelaria Nacional: falta de mão de obra tem a ver com falta de atratividade

Mariana Aldrigui, professora e pesquisadora da USP falou sobre os desafios da mão de obra na hotelaria e no turismo (Foto: Eric Ribeiro)

Mariana Aldrigui, professora e pesquisadora da USP falou sobre os desafios da mão de obra na hotelaria e no turismo (Eric Ribeiro/M&E)

SÃO PAULO – A presidente do conselho de Turismo da Fecomércio SP e professora da USP, Mariana Aldrigui, realizou nesta segunda-feira (12), uma palestra sobre a crise da mão de obra no Turismo, durante o IV Fórum de Hotelaria Nacional, que acontece no Intercity Hotel.

“Onde foram parar os nossos talentos?”

Segundo ela, a pandemia afetou o setor de forma diferente e inesperada, e os desligamentos que aconteceram tem impactos até hoje. O êxodo da mão de obra causou grandes problemas na Europa, que teve uma temporada de verão de sucesso mas vimos inúmeros problemas de operação em hotéis, aeroportos, e mais, por conta da falta de mão de obra especializada, como aponta Mariana.

“Não dá para imaginar que alguém que foi desligado em qualquer circunstância em 2020 ficou parado esperando as coisas voltarem. Muito provavelmente ela já está recolocada e muitas vezes em outro setor. Mas quando saímos do Turismo, vemos que isso também se reflete em outras áreas”, explicou.

Brasil é o 9 em falta de mão de obra qualificada

Um outro dado revelado por Aldrigui, é que temos 60% menos alunos interessados em fazer vestibular. Há ainda queda no número de alunos e de cursos. “Já chegamos a ter 8 mil pessoas interessadas em estudar turismo na USP, por exemplo, que é um curso gratuito e em uma das melhores universidades do País. Hoje estamos em torno de 600 alunos interessados. Isso se dá por N razões, ter um governo desinteressado com a economia ajudou nisso. Além disso, hoje, o Brasil é o 9 em falta de mão de obra qualificada – e na hotelaria isto é muito forte”.

De acordo com a pesquisadora, outros setores são mais atrativos e o turismo e a hotelaria concorrem com vagas e empregos mais atrativos. “Nós como setor estamos falhando de colocar a mensagem clara de colocar porque vale a pena entrar na hotelaria”, afirmou.

O que houve nos últimos dois anos: 
  1. Aceleração tecnológica;
  2. Aumento de vagas digitas;
  3. Mudança na percepção de prestígio.

“O que é necessário contextualizar: precisamos de mudanças no ensino superior. Se muita gente conseguiu viajar nos últimos anos, ela não precisa mais da profissão turismo para isso – novas carreiras ocupam este espaço. Falando em nossas vagas, estamos coletivamente sem atrativos”, explicou Mariana.

Então quais alternativas que temos?
  • Adequação das exigências dos cargos;
  • Programa de treinamentos e de retenção;
  • Revisão da politica salarial e de benefícios;
  • Clareza na apresentação do plano de carreira.

“Há um problema de imagem e ele irá afetar especialmente os cursos superiores pois se a carreira não é atrativa, o curso começa a diminuir. E ai teremos que contratar pessoas com menos qualificação e esta é a minha dica: talvez descer um pouco mais, para cursos técnicos e mais jovens. Do ponto de vista da jornada de trabalho, queremos encontrar propostas que possam arejar a jornada de trabalho – turnos menores e outras alternativas. E os programas de fidelização, por conta da cultura das empresas e é algo a ser pensado”, disse a professora.

Mas há esperanças!

Para Aldrigui, a solução não está num manual, mas é necessário encontrá-la juntos, como setor. “Teremos que construir uma nova forma de atrair estes profissionais e convence-los a ficar com a gente pois sabemos que vale a pena!”, finalizou Mariana.

Receba nossas newsletters
[mc4wp_form id="4031"]