Grupo chinês pode acabar com fusão Starwood-Marriott; entenda

Oferta chinesa de US$ 13 bi ameaça fusão entre Starwood e Marriott

O esperado casamento entre a Starwood Hotels & Resorts Worldwide e Marriott International pode acabar antes mesmo de chegar ao altar. A Starwood anunciou, nesta sexta-feira (18), através de um comunicado, seus planos que podem levar a rescisão do contrato da fusão com a Marriott. Isso porque o grupo chinês Anbang pode cobrir a aquisição com uma oferta de US$ 13,2 bilhões. O negócio seria a maior compra de uma empresa americana por outra chinesa, e salienta o apetite enorme da China por aquisições internacionais.

A Starwood afirmou que tem planos de aceitar o valor oferecido pelo grupo chinês e ainda deu um prazo para a Marriott fazer uma contraproposta, até o dia 28 de março, para tentar salvar os planos de criar a maior cadeia hoteleira no mundo. De acordo com os planos da Anbang, a oferta é de US$ 2 por ação a mais do que a oferta feita pelo próprio grupo na semana anterior, e acabou ofuscando a proposta US$ 400 milhões menor da Marriott, acordada em novembro.

A oferta, feita na quinta-feira (10), ocorreu dias após a Anbang ter fechado acordo para comprar a Strategic Hotels & Resorts Inc., dona de hotéis de luxo, da firma de hospedagens particulares Blackstone Group LP por cerca de US$ 6,5 bilhões, incluindo dívidas, e menos de dois anos depois de ter comprado o histórico hotel Waldorf Astoria, em Manhattan, por cerca de US$ 2 bilhões.

Wes Golladay, VP e analista de pesquisa de ações da RBC Capital Markets, disse que será difícil a Marriott competir com o preço da oferta da Anbang, mesmo considerando o fato de que uma fusão Marriott-Starwood seja mais simples e oferece benefícios a longo prazo. “A Marriott oferece menos riscos regulatórios e que o acordo possa ser finalizado rapidamente”, disse Golladay. “Com a oferta do Anbang, o grupo pode ganhar de US$ 4 a US$ 5 a mais por ação. Será que a Marriott quer fazer isso?”

Representantes da Starwood e Marriott ainda não se pronunciaram após o comunicado. A oferta da Anbang, um conglomerado outrora desconhecido, faz parte de uma impressionante onda de aquisições feitas por empresas chinesas no exterior, com transações nos mais variados setores. No total, as firmas chinesas fecharam neste ano negócios no exterior que somam US$ 102 bilhões, valor já próximo ao montante recorde alcançado ao longo de 2015, de US$ 106 bilhões, de acordo com a firma de dados Dealogic.
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