Apesar do déficit de R$ 182 bilhões desde o início da pandemia, a cadeia de consumo do turismo vem reagindo, a passos lentos e com muitas incertezas ainda pela frente, de acordo com a FBHA. Para o presidente Alexandre Sampaio, nunca o setor passou por algo semelhante, mas a crise, por outro lado, trouxe modernização para as empresas, além de uma nova visão do que o consumidor do futuro espera dos negócios em termos de prestação de serviço e solução de problemas.
“Temos uma pequena retomada que, possivelmente, poderá estruturar as empresas até o surgimento da vacina, mas não podemos dizer que é um retorno integral. Em tese, 80% dos hotéis e similares estão abertos, mas ainda vemos uma movimentação tímida. Aos poucos, a hotelaria está ganhando espaço novamente, contudo, ainda temos muito o que batalhar para que não haja mais prejuízos a longo prazo”, disse Sampaio.
Para as áreas mais burocráticas dos hotéis, como a administrativa, a tendência é de que os estabelecimentos deixem de lado os papéis e utilizem serviços digitais para, por exemplo, realizar check-in e check-out. Novos meios de pagamento, como totens, também já começam a surgir, de maneira que não haja contato direto do hóspede com o funcionário do hotel. Na perspectiva de Sampaio, a forma de servir as refeições para os hóspedes, por exemplo, já foi adaptada na maioria dos empreendimentos. “Alguns hotéis têm optado por ‘empratar’ os alimentos e os cardápios são acessados por meio de QR Code”, exemplifica.
Desafio Brasileiro de Inovação
Nessa terça-feira (29), o Ministério do Turismo (MTur), em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Wakalua Innovation Hub e Organização Mundial do Turismo (OMT), premiou a Worldpackers (SP) no 1º Desafio Brasileiro de Inovação em Turismo. Ao todo, o desafio recebeu 790 inscrições de diferentes regiões do Brasil, e o presidente da FBHA esteve presente como um dos jurados.
“A iniciativa mostrou que é possível buscar a transformação do turismo com a colaboração de grandes mentes brasileiras. A federação defende que, juntos, somos mais fortes e, com essa competição, conseguimos ter mais certeza dessa afirmação. Hoje, a inovação corre nas veias das empresas turísticas e isso é muito importante. Nesse desafio, pudemos avaliar grandes projetos. O nosso futuro é promissor, não tenho dúvidas”, comemora Sampaio.
Modernização para a hotelaria e para a alimentação
A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) lançou, em setembro, a campanha de aniversário de seis décadas e meia da entidade, com o slogan “65 anos de trabalho, inovação e representatividade!” para enaltecer a importância dos segmentos por ela representados, que tanto têm contribuído para o desenvolvimento econômico do Brasil.
Na corrida pela inovação e modernização de processos, para atender às demandas do “novo normal”, as empresas dos setores de hospedagem e alimentação buscam ajudar o Brasil a sair da crise, mostrando que, com gestão eficiente e criatividade, é possível avançar, de acordo com a FBHA.
“Não temos mais tempo de nos queixar do prejuízo econômico, porque, agora, é hora de trazer soluções. A inovação é fundamental nesta caminhada. Precisamos aprender coisas novas e, acima de tudo, readaptar o turismo para que continuemos movimentando renda, emprego e, claro, alegria para milhões de brasileiros. O aniversário da federação não podia ser diferente: nesses 65 anos de atividade, buscamos sempre modernizar. Neste ano, mais do que nunca, estamos entrando para o novo mundo”, conta Sampaio.