● Mais de R$ 5,1 bilhões foram movimentados na temporada passada
● Gastos dos passageiros foi de R$ 2,1 bilhões em todo o Brasil
● O volume seis vezes maior do que o gerado na temporada anterior
● No mundo, o setor movimentou 20,4 milhões de pessoas, sendo 802.758 cruzeiristas no Brasil
BRASÍLIA – O 5º Fórum Clia Brasil, que ocorre nesta quarta-feira (30), em Brasília foi palco para o lançamento do estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que abarcou o impacto econômico da indústria de Cruzeiros no mercado nacional. Como vimos mais cedo aqui no M&E, a temporada passada foi responsável pela movimentação de R$ 5,1 bilhões em todo o Brasil e, deste volume, as armadoras correspondem a cerca de R$ 3 bilhões.
““O Brasil se recuperou rapidamente pós-pandemia, porém, a retomada mais forte de outros países mais competitivos traz um grande risco de perdermos navios futuramente, e por isso melhorar a infraestrutura, segurança pública, regulação e desenvolvimento de novos destinos”
BRASIL – No período, o volume de gastos dos passageiros foi de R$ 2,1 bilhões, seis vezes maior do que o gerado na temporada anterior. Vale ressaltar, que o período analisado, em termos de volume de pessoas, superou o registrado no pré-pandemia de Covid-19, com 802.758 cruzeiristas.
MUNDO – No mundo, o setor movimentou 20,4 milhões de pessoas, sendo que desse volume, 802.758 cruzeiristas estavam no Brasil. Vale ainda compartilhar que para a temporada 2023/24, a perspectiva global é de 31,5 milhões de viajantes, reforçando a tendência de crescimento.
“O Brasil se recuperou rapidamente pós-pandemia, porém, a retomada mais forte de outros países mais competitivos traz um grande risco de perdermos navios futuramente, e por isso melhorar a infraestrutura, segurança pública, regulação e desenvolvimento de novos destinos, e nos prepararmos para receber os novos navios, que são maiores, mais tecnológicos e sustentáveis”, explica Marco Ferraz, presidente da Clia.
Cruzeiro e o consumo
Com o consumo dos viajantes no Brasil, foram beneficiados os setores de alimentos e bebidas (R$ 631,4 milhões); comércio varejista (R$ 618,4 milhões); seguido por transporte durante a viagem (R$ 508,9 milhões); transporte antes e/ou após a viagem (R$ 325,3 milhões); passeios turísticos (R$ 260 milhões); e hospedagem antes ou após a viagem de cruzeiro (R$ 93,8 milhões).
O gasto médio por pessoa com a compra da viagem de cruzeiro foi de R$ 5.073,51 e o tempo médio da viagem foi de 4,9 dias. E vale destacar, que conforme o estudo, cada pessoa representou um impacto de R$ 639,37 nas cidades de escala e de R$ 813,56, nas cidades de embarque e desembarque. Vale também apontar, que no período analisado, foram gerados 79.567 postos de trabalho, volume 3,5 vezes maior do que do da temporada anterior.
No que tange ao perfil do cruzeirista, o levantamento constatou que 78% dos viajantes desceu, em pelo menos, uma parada do roteiro, além disso, 87% desejam retornar ao destino visitado durante a viagem de navio e 92% almeja uma nova viagem no pelo meio marítimo.
“Mais leitos ofertados, mais cruzeiristas, mais roteiros e maior eficiência dos navios levaram a indústria de cruzeiros no Brasil a alcançar números recordes nesta temporada e mostrar sua força e alta capacidade de retomada”
Conforme a pesquisa da FGV, 60,8% dos cruzeiristas são mulheres e 39,2%, homens. Em relação ao estado civil, 61,4% informaram ser casados ou estar em união estável. De maneira geral, os cruzeiristas viajam acompanhados (98,9%), sendo os principais acompanhantes filhos e parentes (51,9%), cônjuge (24,7%), e amigos (19,5%). Vale ainda apontar, que o número de turistas residentes no Brasil que realizaram viagens de cruzeiros no exterior durante o ano de 2022 foi de 75.300, gerando uma receita estimada de R$ 554 milhões (R$ 320 milhões a mais que em 2021).
Mercado de trabalho
Outra área beneficiada pela Temporada 2022/23, o mercado de trabalho garantiu alta 3,5 maior na geração de postos de trabalhos em relação à anterior. Do total de empregos criados pelo segmento, 1.652 foram de tripulantes dos navios, volume 35,1% superior ao gerado na temporada anterior, e outros 77.915 empregos diversos, de forma direta, indireta e induzida, resultado quase quatro vezes maior que o observado em 2021/2022.
“Mais leitos ofertados, mais cruzeiristas, mais roteiros e maior eficiência dos navios levaram a indústria de cruzeiros no Brasil a alcançar números recordes nesta temporada e mostrar sua força e alta capacidade de retomada”, disse Marco Ferraz.