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Cruzeiros / Turismo em Dados

Fórum Clia 2022 debate os principais desafios para o desenvolvimento dos cruzeiros no Brasil

Painel reuniu executivos das principais armadoras para debater desafios e tendências do setor no País

Painel reuniu executivos das principais armadoras para debater desafios e tendências do setor no País, como Dário Rustico, da Costa, Adrian Ursilli,d a MSC, e André Pousada, da Royal Caribbean

BRASÍLIA – Um dos principais gargalos do desenvolvimento do setor de cruzeiros no Brasil são os problemas de infraestrutura. O País tem realizado esforços para conseguir receber cada vez mais novos navios em maior escala. O assunto foi tema principal do painel  “Tendências e Cenários: A Indústria de Cruzeiros no Brasil e no Mundo”, no 4° Fórum Clia Brasil 2022, evento que reúne autoridades e grandes players do mercado de Cruzeiros para um dia de debates e reflexões sobre tendências e os desafios do setor.  

O painel foi composto por Adrian Ursilli, presidente do Conselho da Clia Brasil e Diretor Geral da MSC no Brasil; Dario Rustico, presidente executivo para América do Sul e Central da Costa Cruzeiros; e André Pousada, VP Regional de Relações Governamentais da Royal Caribbean para América Latina, com o jornalista André Coutinho como mediador do debate.

“A infraestrutura é um dos maiores limitadores em relação ao crescimento do segmento no Brasil. Não está de acordo ao que precisamos e onde queremos ir”

A dinâmica aconteceu em formato de Q&A – Perguntas e Respostas realizadas pelo mediador, para os participantes do painel. Entre os temas abordados, estiveram: a infraestrutura dos Portos no País, a extensão do destinos ofertados e da duração da temporada, as dificuldades legais e de custos no Brasil, insegurança jurídica, sustentabilidade e mais.

Dario Rustico, Presidente Executivo para América do Sul e Central da Costa Cruzeiros

Dario Rustico, presidente executivo para América do Sul e Central da Costa Cruzeiros

“A infraestrutura é um dos maiores limitadores em relação ao crescimento do segmento no Brasil. Não está de acordo com o que precisamos e onde queremos ir. Temos muito trabalho pela frente e como companhia, estamos dispostos a debater e discutir soluções e melhorias. Tem muita coisa a ser discutida e precisamos fazer um planejamento claro para os próximos 5 e 7 anos e agora é um momento muito importante para isto”, afirmou Dario Rustico, da Costa Cruzeiros.

Para Adrian Ursilli, a estrutura deve vir antes das operações e é necessário continuar ampliando este investimento. “Foi feito um trabalho importante nos últimos anos, no Pier de Mauá, Salvador, Rio de Janeiro, mas, com a vinda de novos navios, maiores e mais tecnológicos, com novos combustíveis, com mais volumes de hóspedes, há a necessidade de um passo adiante. Pois tudo começa na homeport – não há destino turístico sem homeport, assim como não há companhia aérea sem hubs”, explicou.

Custo Brasil: Impostos são um dos maiores entraves do País?

COSTA – De acordo com Dário Rustico, há sim um problema de custo no Brasil. “Temos que competir com outros destinos no mundo! Há dez anos, perdemos nossos navios para destinos que tinham um ecossistema de infraestrutura e custo, que permitiu que os navios operassem de maneira mais simples e mais rentáveis e isso não pode voltar acontecer aqui. Quando falamos de custo – ninguém tem noção da soma. Somos um dos poucos lugares do mundo que se taxa todos os itens da operação”, destacou.

“Temos que competir com outros destinos no mundo! Há dez anos, perdemos nossos navios para destinos que tinham um ecossistema de infraestrutura e custo

ROYAL CARIBBEAN – Para André Pousada, todos os destinos competem para ver qual o mais atrativo para o desenvolvimento do segmento marítimo.” E no Brasil existe empenho de todos os lados – o objetivo final é comum:  Todo mundo quer o desenvolvimento do setor – seja o público, o privado, as comunidades locais, as armadoras. Por isso o trabalho deve ser feito em conjunto, a comunicação no seu mais alto nível, de todas suas camadas até o governo federal por este objetivo comum”.

“A Região é mais cara e tem processos mais burocráticos”

MSC – Adrian Ursilli, por sua vez, disse que a região da América do Sul tem um custeio geral – em toda a cadeia – cerca de 50% maior que em outras regiões do mundo. “O mercado norte-americano tem uma escala, aquisição de produtos e até de tributos mais competitiva que trabalha com objetivo de fomentar a atividade e é este escopo que o Brasil tem que dar, simplificando os processos, investindo na infraestrutura, gerando mais escalas, para colocarmos mais navios e reduzir impactos no custo”, destacou.

Há necessidade e margem para aumentar os destinos operados no Brasil?

COSTA – De acordo com Dario Rustico, com certeza precisamos aumentar o número de destinos atendidos. “A indústria de cruzeiros se desenvolveu baseada em três fatores: a oferta em solo, a acessibilidade e a proximidade. Esses são fatores necessários para desenvolver o mercado e temos que aumentar esta oferta de destinos. No futuro próximo, destinos também serão escolhidos de acordo com seu alinhamento com a sustentabilidade e isso será um diferencial”, destacou.

“Diversificação ajuda a promover uma melhor experiência para hóspedes e para comunidade local”

ROYAL CARIBBEAN – Para André Pousada, “a diversificação de destino vai fazer com que a gente não acabe matando a galinha de ovos de ouro que são os destinos turísticos. Não queremos quem tenha um overtourism no local. Não queremos comprometer a experiência do hóspede e para que a comunidade local apoio a atividade como algo benéfico – tenho que trazer os navios mas tenho que respeitar estes limites”, disse o representante da Royal Caribbean.

André Pousada, Regional Vice-President, Government Relations - Latin America da Royal Caribbean Cruzeiros

André Pousada, Regional Vice-President, Government Relations – Latin America da Royal Caribbean Cruzeiros

MSC – Para Adrian Ursilli, é óbvio que pode crescer. “O Brasil é um País que não tem guerras, que tem atrativos turísticos ímpar, com climas bom durante o ano inteiro em inúmeros estados, praias maravilhosas, povo acolhedor, gastronomia de ponta, passeios variados. Mas temos que conversar mais e planejar melhor e a Clia tem feito este trabalho”.

Como podemos ter uma temporada tão boa e tão sólida durante o ano inteiro?

COSTA – Segundo Dario Rustico, “um País como o Brasil tem que ser muito mais ambicioso. Temos que queimar esta palavra temporada – virou uma limitação mental da gente. Quando falamos de investimentos para desenvolvermos uma infraestrutura, mas aí apenas para 3 e 4 meses. Temos tudo para oferecer cruzeiros o ano todo. Precisamos sentar todo junto, como ecossistema e fazer um plano para a isso”.

“Nesta temporada já estamos com seis meses de operação, estamos no caminho…mas precisamos de homeport – isso será fundamental”

ROYAL CARIBBEAN – André Pousada lembra que “Temos a oportunidade favorável o ano inteiro mas a competitividade é o fator chave – os navios trabalham temporadas de acordo com os mercados do hemisfério Norte. Precisamos ser suficientemente forte e competitivo como País para valer para as armadoras”.

MSC – Já Adrian Ursilli destaca que “nesta temporada já estamos com seis meses de operação, estamos no caminho…mas precisamos de homeport – isso será fundamental. Temos um desafio com o porto de Santos para os próximos anos. Precisamos da casa para podermos ter navio o ano todo”.

Como vocês enxergam o futuro do setor no País?

Adrian Ursilli, Presidente do Conselho da Clia Brasil e Diretor Geral da MSC no Brasil

Adrian Ursilli, presidente do Conselho da Clia Brasil e diretor geral da MSC no Brasil

COSTA – Para Dário Rustico, os anos de “2023 e 2024 são anos importantes para o Brasil e trabalhando junto vamos encontrar soluções para melhorar o setor. A Costa tem essa flexibilidade para encontrar soluções. Vamos trabalhar juntos para alavancar este futuro”.

ROYAL CARIBBEAN – André Pousada afirma que há de fato um compromisso cada vez maior de todo mundo. “Há mercado consumidor sim, há potencial, há negócios, há todos os fatores necessários. Só precisamos sentar numa mesa e colocar tudo que necessita ser feito em comum”, destacou.

“Setor vive talvez o melhor momento e mais promissor dos últimos 20 anos!”

MSC – De acordo com Adrian Ursilli, “precisamos olhar com bastante cuidado o que acontece no mundo mas diria que vivemos um momento de oportunidade no Brasil. Temos que aproveita-la. As companhias querem investir, se o governo nos apoia e juntos conseguirmos encontrar o melhor caminho, faremos o segmento crescer e o turismo se desenvolver. Este é o foco de todos nós e o momento é oportuno”.

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