SÃO PAULO – O Brasil tem oportunidade enorme para virar o leme e melhorar cenário do turismo com operação dos cruzeiros no país. É o que acredita Adrian Ursilli, diretor da MSC no Brasil, que participa hoje (30) do painel no Seminário LIDE 2024. Segundo o diretor, o setor de cruzeiros no Brasil está passando por um de seus melhores momentos históricos, mas ainda enfrenta desafios significativos que precisam ser superados para maximizar seu potencial.
Ursilli começou sua fala destacando a complexidade da indústria de cruzeiros, que se desenvolveu ao longo dos anos mas ainda tem muito a evoluir. “A indústria de cruzeiros é fascinante e complexa. Começa como um meio de transporte, mas evolui para um conceito abrangente que inclui hospedagem, entretenimento, gastronomia e outras formas de lazer”, explicou.
Ele destacou que, ao longo da história, o setor passou por transformações significativas e o panorama atual da indústria é impressionante. Em 2023, aproximadamente 31 milhões de pessoas embarcaram em mais de 400 navios de cruzeiro ao redor do mundo, gerando um impacto econômico superior a 150 bilhões de dólares e empregando mais de 1,2 milhão de pessoas. Apesar disso, o setor representa apenas 2% do turismo global, o que demonstra um enorme potencial de crescimento.
No Brasil, o cenário é promissor, mas precisa de mais atenção. A temporada 2023-2024 contou com nove navios operando, sendo seis da MSC, líder de mercado no país. Para 2024-2025, a expectativa é que o número de hóspedes chegue a 861 mil. “Estamos vendo um crescimento significativo, mas o Brasil ainda tem um longo caminho pela frente”, observou Ursilli.
Entre os desafios mencionados por Ursilli, estão a logística, o transporte aéreo, a estrutura portuária e a insegurança jurídica do país. “Ainda enfrentamos gargalos que precisam ser resolvidos para que possamos expandir ainda mais”, disse. Ele destacou que, apesar da pandemia ter paralisado o setor temporariamente, o Brasil está em um momento crucial para aproveitar as oportunidades oferecidas pelo crescimento do mercado global de cruzeiros.
Para o futuro, a indústria global prevê a construção de mais de 50 novos navios até 2028, e Ursilli vê uma grande oportunidade para o Brasil. “O Brasil pode se tornar um destino chave para os cruzeiros, não apenas na temporada de verão, mas durante todo o ano. Isso requer investimentos em infraestrutura e a criação de um ambiente mais favorável para a operação dos cruzeiros”, afirmou.
Segundo o diretor, a judicialização e altos custos tem atrapalhado a operação no Brasil mas há esforços sendo realizados para mudar este cenários. “Sozinhos, nós sozinhos não conseguimos resolver tudo isso. Mas juntos, em um trabalho setorial, vamos conseguir melhorar esse ambiente”, explicou.
Em sua conclusão, Ursilli fez um apelo para a colaboração entre os setores público e privado. “Trabalhemos juntos para superar esses desafios, gerar mais empregos, aumentar a receita e maximizar os impactos econômicos diretos para o nosso país. O potencial é enorme, e a indústria de cruzeiros tem um papel vital a desempenhar”, concluiu.