
Na visão do WTTC é urgente o aceleramento da produção de SAF em prol do atingimento da meta de Net Zet até 2050 (Unsplash/Jose Lebron)
O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) aos governos de todo o mundo urgência e seriedade no incentivo à produção de combustível de aviação sustentável (SAF), além do estabelecimento de metas ousadas para a produção de altas quantidades do material. Sem um volume significativo de SAF, o órgão global de turismo diz que o setor de aviação não pode descarbonizar em uma escala que permita atingir o Net Zero até 2050, conforme comprometido pela indústria e apoiado pelos Estados membros da ICAO.
“É hora de os governos tomarem medidas ousadas e priorizarem a produção de combustível de aviação sustentável. Estamos pedindo a todos os governos que ajam agora. A demanda por SAF nunca foi tão alta, companhias aéreas de todo o mundo querem usar SAF e usaram todas as moléculas já feitas”, disse a presidente e CEO do WTTC, Julia Simpson.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) lançou recentemente uma nova política destinada a acelerar a produção de SAF, SAF Deployment. A política exige que os governos assumam um papel de liderança na facilitação do aumento da produção SAF. Também ressalta a necessidade de políticas que sejam harmonizadas entre países e setores para fornecer condições equitativas para o setor global de aviação civil, ao mesmo tempo em que são agnósticos em relação à tecnologia e matéria-prima.
“A produção SAF atual atende apenas 0,1% a 0,15% da necessidade, apesar de um aumento de 200% na produção em 2022 em relação a 2021. Isso deixa uma lacuna enorme que só pode ser preenchida por meio de investimentos rápidos e sustentados”, complementa.

A política da Iata exige que os governos assumam um papel de liderança na facilitação do aumento da produção SAF (Unspplash/Patrick Campanale)
O documento da IATA chama a atenção para a necessidade de políticas para abordar a implantação de SAF a curto e longo prazo e fornecer a certeza necessária para produtores e investidores alocarem capacidade de refinaria de biocombustível existente para SAF, bem como para desenvolver nova infraestrutura.
“Pelos preços atuais, o SAF é, em média, três a cinco vezes mais caro que os combustíveis fósseis tradicionais. Os governos devem abordar essa disparidade de custos, fornecendo apoio financeiro e incentivos para tornar o SAF mais acessível e econômico. Sem essas metas e sem esses incentivos, o setor não pode descarbonizar”, analisa.
O WTTC em parceria com o ICF lançou o documento ‘Combustíveis de aviação sustentáveis: as implicações e oportunidades para destinos turísticos’, que define três destinos de ações críticas aconselhadas para enfrentar o desafio e aproveitar as oportunidades do SAF.
“Os líderes do G7 têm a oportunidade esta semana de fornecer liderança crítica sobre esse assunto, acompanhando o compromisso de seus ministros do Clima, Energia e Meio Ambiente de acelerar os esforços para descarbonizar a indústria da aviação, inclusive por meio da promoção do SAF. Transformar as palavras de um comunicado em políticas concretas para aumentar a produção de SAF daria um impulso crítico à descarbonização da aviação”, finaliza.