
Líbano Barroso: companhia quer “cativar mais pela frequência do que pela renda”
Nesta quarta-feira (10/08), em teleconferência, a Tam divulgou e comentou os resultados do último trimestre (2T11). Estavam presentes o presidente da companhia, Líbano Barroso, e o ex-presidente da Tam e atual diretor-presidente da holding, Marco Antônio Bologna.
Bologna iniciou a sessão com uma retrospectiva dos resultados, eventos e acordos realizados pela companhia no último ano. Recordou o mês de julho, quando a Tam completou 35 anos de fundação, e o título de melhor companhia aérea da América do Sul, recebido recentemente. Além disso, comentou o acordo com a Lan e com a Trip.
Segundo ele, entre os destaques, um dos mais importantes seria a diminuição da diferença entre a demanda nos peaks e off peaks, que caiu para 7%. Além da ocupação de voos internacionais, que, de 76%, passou para 81%. A companhia atribui essa melhoria dos resultados principalmente às promoções realizadas em período de baixa temporada.
A receita líquida de R$ 3,1 bilhões, de acordo com Bologna, será destinada ao pagamento de dívidas e antecipação de investimentos. Para ele, esses resultados mostram a constância da demanda, que seria reflexo do fortalecimento da moeda nacional.
A estimativa é que, ao fim de 2011, a demanda mantenha-se aquecida, com um crescimento de 15 a 18%, assim como a taxa de ocupação dos voos. A Tam também planeja expandir a oferta de destinos internacionais – em breve iniciará voos para a Cidade do México – e aumenta a capilaridade dos voos domésticos, servindo a cada vez mais cidades brasileiras.
Sobre o acordo com a Lan, a companhia se mostra confiante, apesar da necessidade da espera por diversas aprovações. Ele acredita que estará regularizado até o primeiro trimestre do ano que vem. “Acreditamos que os chilenos têm consciência do quão interessante é nossa proposta. É benéfica para os dois lados”, afirmou Bologna.
Presidente da Tam, Barroso declarou que, apesar de parecerem arriscadas as ações promocionais da companhia, quer “cativar mais pela frequência do que pela renda”. Segundo ele, a divisão do público por renda não garante ocupação dos voos. Barroso ainda afirmou que quer equilibrar a demanda frequente e a demanda emergente em um prazo de cinco anos. Ainda foi mencionada a elasticidade da demanda de off peaks, que está sujeita a determinadas regras para não “canibalizar o passageiro de negócios”, de acordo com o presidente.
Ainda foi comentado o acordo com a Trip, que, segundo Bologna, estará sob avaliação por um período mínimo de 90 dias. Somente depois serão decididos os rumos tomados por ambas as companhias. Ele afirmou que os colaboradores da Trip deram um limite de 31% de participação da Tam. Após o período de avaliação, a Tam definirá a possibilidade de estabelecer full codeshare ou mesmo a aquisição de parte do controle da Trip.
Mariana Martins