
Embora tenha apoio do Conselho de Administração da Spirit Airlines, a Frontier Airlines não tem os acionistas a seu favor
O Conselho de Administração e o CEO da Spirit Airlines, Ted Christie, adiaram novamente a votação dos acionistas que decidirá o futuro da companhia sobre a fusão com a Frontier ou aquisição da JetBlue. É a quarta vez em cinco semanas que a Spirit adia a mais importante votação da história de seus acionistas, desta vez seguindo um pedido CEO da Frontier Airlines, Barry Biffle, que admitiu não ter a maioria dos votos para ganhar a votação.
Em um comunicado divulgado nessa quarta-feira (13), a Spirit disse que pretende adiar imediatamente sua Reunião Especial de Acionistas relacionada ao acordo de fusão proposto com a Frontier para o dia 27 de julho. “A Spirit continuará as discussões com a Frontier e a JetBlue. O Conselho de Administração da Spirit reitera seu compromisso com a transação da Frontier”, informou.
Embora tenha apoio do Conselho de Administração da Spirit Airlines, a Frontier Airlines não tem os acionistas a seu favor, que vêm simpatizando com as investidas da JetBlue. Hoje, a oferta da Frontier vale cerca de US$ 4,13 por ação para os acionistas da Spirit, com um acordo para quase 1,9 ação da Frontier para cada ação da Spirit. Isso é cerca de US$ 1 bilhão a menos do que a proposta da JetBlue de US$ 33,50 por ação ou um pacote total de US$ 3,7 bilhões.
Histórico
Tudo começou em fevereiro, quando o M&E anunciou que Spirit e Frontier iriam se fundir e formar a quinta maior transportadora do país. Dois meses depois, a JetBlue quis entrar na competição ao fazer uma proposta para adquirir a companhia aérea por US$ 3,6 bilhões, um valor maior do que o acordo de US$ 2,9 bilhões com a Frontier.
Em maio, o Conselho de Administração da Spirit Airlines abriu definitivamente o caminho da companhia para fusão com Frontier, ao recomendar que os acionistas votassem a favor do acordo, em reunião que aconteceria no dia 10 de junho. Por outro lado, o Conselho, por unanimidade, também decidiu que a oferta da JetBlue não seria mesmo do melhor interesse para transportadora e acionistas, recomendando o voto “não” dos acionistas.
Pois bem. O tempo passou, o dia 10 de junho chegou, a reunião não aconteceu e nada foi decidido pelos acionistas justamente por conta de uma campanha agressiva que a JetBlue faz para que a fusão de Spirit e Frontier não aconteça. Para isso, a companhia tinha dado sua cartada final ao oferecer um valor de US$ 31,50 por ação para aquisição da Spirit Airlines, o que fez com que o conselho da companhia voltasse atrás e parasse para analisar a nova oferta.
Apesar disso, o Conselho de Administração da Spirit Airlines seguiu recomendando a fusão com a Frontier, dona da proposta original, que também incrementou sua oferta recentemente. A nova oferta é uma resposta à investida que a JetBlue fez, ao também elevar sua oferta pela companhia para US$ 33,50 por ação.