RIO DE JANEIRO – A EgyptAir anunciou, nessa quarta-feira (27), a suspensão temporária de seus voos diretos do Brasil para o Egito até o dia 26 de novembro, como parte de uma ampla reestruturação operacional. Aqui na Abav Expo 2023, conversamos com o gerente de Operações da Master Flights, empresa responsável pelos voos charters entre os dois países que tiveram início no dia 4 de setembro, utilizando aeronaves da EgyptAir, para entender mais sobre essa suspensão repentina e temporária.
De acordo com Diego Martínez, a decisão da EgyptAir tem viés político e operacional. Isto porque, a ideia da EgyptAir de operar regularmente no Brasil iria acontecer apenas em janeiro de 2024, mas um convênio bilateral entre Egito e Brasil está sendo firmado antes do previsto. Ou seja, isso faz com que a EgyptAir possa deixar os voos charters de lado para se concentrar portanto nas operações regulares antes mesmo do ano que vem. Em outras palavras, cerca de dois meses antes do previsto.
Com isso, a EgyptAir passa a operar voos regulares entre Brasil e Egito justamente a partir de 27 de novembro de 2023. Os voos inclusive já estão no GDS e no site para a compra (veja acima). Mas, por que interromper os voos charters por quase dois meses para começar a operar os regulares? Por que não “trocar a roda do carro com ele andando?”. Ao M&E, Diego Martinez afirmou que o viés político se encontrou com um momento de baixa temporada e de vendas não tão satisfatórias.
“Para sermos capazes de transformar estes voos em regulares e vender através dos sistemas de distribuição global, era necessário fazer uma restribuição do programa, o que passa por questões de permissão, conectividade, entre outros fatores”
“Voos charters no Brasil não são comercialmente viáveis. Os grandes operadores não têm confiança em voos charters. Logo, as vendas não eram muito fortes, com uma ocupação média de 60 a 65% de ocupação nos primeiros voos. Então, para sermos capazes de transformar estes voos em regulares e vender através dos sistemas de distribuição global, era necessário fazer uma restribuição do programa, o que passa por questões de permissão, conectividade, entre outros fatores”, disse ele.
Os voos poderiam muito bem se interrompidos em janeiro, fevereiro, ou março, mas a EgyptAir decidiu suspender voos temporariamente cerca de quatro semanas após o início. “Acredito que a decisão está certa porque teríamos menos problemas agora do que na alta temporada. A nossa comercialização era com voos fretados charters, então para poder operar de forma regular, era necessário restruturar a operação, o que obrigou a companhia a paralisar os voos”, completou o gerente.
Pelo lado da Master Flights, a empresa assumirá o papel de GSA no Brasil. No entanto, como a Master Flights é espanhola, criou-se a Egypt Flights Brasil, com sede no Brasil, justamente para que pudesse organizar as vendas. “Da parte da Egypt Flights Brasil, a nível de sistemas, de estrutura e tudo mais, estamos prontos. O que vai depender agora é da EgyptAir e do Governo do Egito conseguir as permissões. Os voos, por sua vez, já estão na rede regular de operações”, finalizou Diego.
O M&E viaja com proteção GTA e apoio da Shift Mobilidade Corporativa.