A Philippine Airlines entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos em função dos impactos causados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A principal companhia aérea das Filipinas anunciou nessa segunda-feira (6) sua candidatura para iniciar a reestruturação sob o Capítulo 11 (Chapter 11), o que permitirá que continue com suas operações. De acordo com a Philippine, o processo fortalece sua posição financeira e liquidez.
A Philippine Airlines solicitou sua reestruturação no Tribunal de Falência do Distrito Sul de Nova York, a fim de implementar um acordo com mais de 90% de seus locadores e credores. A companhia aérea se comprometeu a continuar operando durante o período de reestruturaçã e interagindo com seus credores comerciais e fornecedores, funcionários e clientes.
A Philippine Airlines disse que o plano de reestruturação inclui um haircut permanente de mais de US$ 2 bilhões em passivos. Os cinco maiores credores incluem PK AirFinance (US$ 334,2 milhões em reivindicações), um grupo de quatro instituições financeiras dos EUA, Canadá e Singapura com empréstimos garantidos pelo EXIM Bank de US$ 240 milhões, o Banco Nacional das Filipinas (US$ 155,5 milhões), o Banco De Oro Unibank (US$ 80,4 milhões) e a China Banking Corporation (US$ 54,8 milhões). Todas essas reivindicações são garantidas por aeronaves e/ou motores.
Os maiores credores não garantidos da operadora são o proprietário indireto Buona Sorte Holdings (US$ 358,3 milhões), a subsidiária regional PAL Express (US$ 171,2 milhões), o Banco Nacional das Filipinas (US$ 115,9 milhões), a Rolls-Royce (US$ 89 milhões) e a Lufthansa Technik (US$ 80,8 milhões).
O plano também prevê uma nova injeção de capital de até US$ 655 milhões, incluindo US$ 505 milhões em financiamento acordado de devedor em posse (DIP) de acionistas existentes e bancos filipinos destinados a sustentar a liquidez da aérea durante a crise, e mais US$ 150 milhões de financiamento de dívida de longo prazo de investidores financeiros globais não divulgados para a fase de recuperação pós-pandemia.
O financiamento DIP se converterá em capital e dívida de longo prazo assim que a operadora sair do Capítulo 11. Em termos de estratégia de rede, a companhia aérea disse que se concentrará em atender destinos nas Filipinas, China e Austrália. A Philippine Airlines planeja reduzir sua frota em 25% durante o curso de sua reestruturação. Durante uma coletiva de imprensa, o presidente Gilbert Santa Maria disse que isso implicaria a devolução de 22 aeronaves.