Ordem de inspeção após incidente afetará centenas de aeronaves Boeings 787 e milhares de voos no mundo

Aeronave decolou de Sydney, na Austrália, e entrou em um mergulho repentino depois que assento do piloto se movimentou por acidente (Divulgação/Pixabay)

A FAA (agência de aviação civil dos EUA) ordenou que as companhias aéreas inspecionem as aeronaves 787 Dreamliner da Latam Airlines, em busca de cobertura de travas que mantém o assento dos pilotos fixo.

A medida acontece após um incidente em março ter ferido 50 pessoas a bordo. O voo LA800 decolou de Sydney, na Austrália, com destino a Auckland, na Nova Zelândia, quando, após um mergulho repentino, lançou passageiros e tripulantes no ar e danificou a cabine principal.

As investigações revelaram que o assento de um dos pilotos acabou se soltando e se deslocando para frente, causando a perda súbita de altitude e fazendo o avião cair cerca de 120 metros antes que o copiloto recuperasse o controle.

Desde então, a agência reguladora dos EUA recebeu 4 relatórios de problemas similares, o mais recente sendo em junho de de 2024. Agora, as inspeções serão direcionadas aos assentos dos pilotos e copilotos nos modelos 787-8, 787-9 e 787-10, afetando 158 aeronaves nos EUA e 737 em todo o mundo.

A FAA declarou que as inspeções devem ser realizadas dentro de 30 dias e os operadores também devem executar quaisquer ações corretivas necessárias. Separadamente, publicou uma regra final exigindo que as companhias aéreas inspecionem as entradas ao redor dos dutos nos sistemas antigelo do motor dos 787s para sinais de danos causados pelo calor.

A agência propôs a regra em fevereiro, após um relatório de danos a “múltiplas” entradas do motor causados por vedações ausentes ou “degradadas” ao redor dos dutos. A Boeing identificou o problema das entradas em boletins enviados às companhias aéreas no ano passado.

Prejuízo

A Boeing teve prejuízo líquido de US$ 1,4 bilhão no 2º trimestre de 2024. No mesmo período de 2023, o prejuízo foi de US$ 149 milhões. De abril a junho de 2024, a receita da Boeing foi de US$ 16,8 bilhões, queda de 15% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o faturamento foi de US$ 19,7 bilhões.