
Em agosto Azul superou demanda e oferta do pré-pandemia.
As estatísticas da aviação comercial brasileira, divulgadas nesta terça-feira (28) pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mostram que em agosto a demanda de passageiros domésticos foi equivalente a 78% do registrado em agosto de 2019. Este foi o percentual mais alto neste tipo de comparação em 2021. No acumulado dos oito primeiros meses, a demanda representou 63% do registrado entre janeiro e agosto de 2019.
Apesar de os números do mês passado ainda estarem 22% abaixo na comparação com o pré-pandemia, o resultado mantém a tendência de recuperação da demanda, acentuada após a segunda onda da pandemia de Covid-19. Em número absolutos, o mês de agosto foi o terceiro melhor do ano, atrás apenas de julho e janeiro.
Se para o setor como um todo as estatísticas mostram uma recuperação, mas ainda distante dos patamares de 2019, para uma companhia em específico o cenário parece mais otimista.
Enquanto Gol e Latam registraram em agosto 60,5% e 76,5% da demanda pré-pandemia, respectivamente, a Azul teve no mesmo mês um desempenho 6,4% maior do que tinha alcançado em agosto de 2019. No ano, a Azul chegou a quase 97% da demanda de 2019, muito acima do desempenho das concorrentes Gol (55%) e Latam (60%).
OFERTA
Se os números de demanda da Azul já se destacam em meio a recuperação mais lenta do mercado, as estatísticas de oferta apontam uma companhia maior do que a que entrou na crise. No mês passado, a Azul teve uma oferta 11,4% maior que em agosto de 2019. No acumulado do ano, o crescimento já de quase 2%.
Para efeito de comparação, a Gol chegou em agosto a aproximadamente 63% da oferta pré-pandemia e a Latam a 77%. No acumulado do ano, os resultados são de 56% e 64%, respectivamente.
DESTINOS E AUMENTO DE SHARE
Dois fatores podem explicar o este avanço da Azul no mercado doméstico em meio a pandemia. O primeiro deles é a estratégia adotada pelas companhias para a retomada da malha aérea após o auge das restrições, em abril do ano passado, que priorizou a recuperação do maior número de destinos.
Neste contexto, a Azul se beneficiou por ser a companhia com o maior número de destinos atendidos no país, o que lhe garantiu um share maior de oferta e demanda ao longo da retomada, principalmente em meses de baixa temporada. Se antes da pandemia, em fevereiro de 2020, a Azul detinha em média 24% do mercado, durante a crise, a fatia da companhia cresceu para 33%, ultrapassando 40% em março e abril deste ano, meses mais críticos da segunda onda da pandemia.