
Em entrevista ao M&E no último mês, Carla Fonseca, VP da Gol, afirmou que não há nenhum tipo de acordo em curso (Eric Ribeiro/M&E)
Em abril de 2024, mais especificamente no dia 18, o setor de aviação recebia a notícia de uma possível fusão entre as companhias áreas Azul e Gol. Na ocasião, de acordo com a Bloomberg Línea, as negociações caminhavam para um acordo com o controlador acionista da Gol. Muitos rumores foram divulgados durante todo este ano – e os boatos ganharam força novamente quando as aéreas brasileiras anunciaram um acordo de Codeshare. Nesta semana, os rumores voltaram, após uma reportagem da Pipeline.
Contudo, de acordo com a vice-presidente da Gol, Carla Fonseca, em recente entrevista ao M&E no mês de setembro, uma conversa sobre uma possível venda da Gol para a Azul nunca existiu até então. Em julho deste ano, o Valor Econômico publicou uma matéria que dizia que as conversas estariam em curso para definir futuro da Gol dentro de sua reestruturação nos EUA e que a Azul lançaria uma proposta para combinação de negócios com Gol em até três meses.
“Nunca houve essa conversa”, revela Carla ao M&E.
Além disso, segundo Carla, o Plano Financeiro de cinco anos que serve de base para o plano do Chapter 11, foi todo montado pensando no futuro da companhia – e esse futuro não prevê a venda da Gol, nem para a Azul, nem para ninguém. “No plano de cinco anos, estamos sozinhos. Não há intenção de venda”, afirma.
Uma outra matéria publicada pela Investalk, revelava que uma possível fusão entre Azul e Gol geraria a maior concentração de mercado na história recente da aviação brasileira, segundo estudo da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas. “Segundo o professor Márcio Holland, da FGV EESP, 99,5% da operação aérea do País ficaria dividida só entre a nova empresa, fruto da fusão, e a Latam. Seria, portanto, um duopólio. Ao longo das duas últimas décadas, duas companhias líderes nunca haviam dominado mais do que 76,6% do mercado”, dizia a matéria.
No plano de cinco anos, estamos sozinhos. Não há intenção de venda
Já sobre o acordo de codeshare anunciado em maio, Carla revelou que foi uma decisão tomada para aumentar a oferta de ambas as aéreas, pensando no benefício para os clientes. “O setor é muito dinâmico, tudo pode acontecer sempre, mas o que temos com a Azul é um codeshare simples para aumentar nossa possibilidade de oferta em conjunto”, reforça Fonseca, que também ressaltou que o acordo não muda nada nas negociações da Gol com parceiros.
“Vale reforçar, algo que é sempre uma preocupação dos agentes e parceiros, que este acordo não muda nada nas nossa relações. As negociações, acordos e decisões seguem com a Gol, isso não muda absolutamente nada. Vemos às vezes os agentes perguntando ‘ah, mas agora falamos com vocês ou com a Azul?’ Continua sendo nós. A resposta é essa”, finaliza.