
Andrés Lorenzetti, diretor da Iberia no Brasil, Willie Walsh, CEO da IAG e José Antonio Coimbra, diretor da British Airways no Brasil
O cenário é otimista. Essa é a visão de Willie Walsh, CEO do International Airlines Group (IAG) – holding criada após a fusão da British Airways e a Iberia – sobre o futuro do mercado brasileiro. ” O Brasil já é sétima economia do mundo e a estimativa é que alcance a quinta posição nos próximos anos. O país é definitivamente estratégico para a expansão de nossa oferta aérea”, declarou. O executivo está em São Paulo desde o dia 6 de agosto e permanece até o próximo dia 13 para uma série de encontros de negócios. Também presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Londres, Walsh lidera uma comitiva comercial com 12 pequenas e médias empresas do Reino Unido interessados em fomentar o comércio e as exportações com o Brasil.
De acordo com Willie Walsh, ainda há grandes oportunidades para o IAG crescer o tráfego do Brasil para a Europa. Enquanto a British Airways aumentou seus voos saindo do Rio de Janeiro e passou a oferecer a ligação para o aeroporto de Heathrow, em Londres, diretamente de São Paulo e não mais com escala em Buenos Aires, a Iberia incrementou suas operações com voos partindo de Fortaleza (Ceará). Ao todo, as duas companhias contarão com 39 voos semanais saindo do Brasil, sendo 26 da Iberia e 13 da British Airways. “A partir de 31 de outubro, cerca de 20% da oferta aérea para a Europa partirá do Brasil, especificamente das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Recife”, comentou José Antonio Coimbra, diretor Comercial da British Airways no Brasil.
No primeiro semestre deste ano, a AIG registrou um crescimento de 18% na capacidade de voos ligando a América Latina e Europa. “Esse resultado é fruto do próprio incremento da economia na região com destaque para o Brasil”, ressaltou Walsh, mencionando que a oferta aérea do IAG no país tem condições de dobrar nos próximos cinco anos, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. “No entanto, o limitador continua sendo a infraestrutura aeroportuária. É preciso investimentos em novos terminais de passageiros com mais capacidade e mais esteiras para a retirada de bagagens em voos internacionais. Além disso, a passagem pela imigração deve ser feita com mais rapidez. Somente dessa forma, poderemos oferecer uma boa experiência de viagem aos passageiros”, justificou Walsh.
No cargo de CEO do AIG desde janeiro deste ano, Walsh revelou que o principal desafio é equilibrar os preços do combustível e os resultados financeiros da holding. Nesse período, os custos com combustível subiu de 3,9 bilhões para 5,2 bilhões euros. “Agora temos que lidar também com as turbulências do mercado financeiro e as mudanças nas economias dos Estados Unidos e de países da Europa”, salientou. Mesmo com esse panorama, o dirigente está satisfeito com os números atingidos no segundo trimestre. “Alcançamos um faturamento de 190 milhões de euros e mesmo com um aumento de 32% no preço do combustível de avião conseguimos crescer 20% em receita”, reforçou.
Tap – Willie Walsh comentou ainda que o IAG tem interesse de comprar a Tap caso ela seja privatizada. “Assim que a companhia aérea inicia resse processo iremos participar da licitação. Afinal a Tap tem uma malha aérea abrangente no Brasil, com frequências saindo de oito destinos”, disse o CEO. O IAG reúne mais de 400 aeronaves que operam para 200 destinos no mundo e transportam mais de 55 milhões de passageiros por ano. “Responsável pelo processo de fusão da British Airlines e Iberia, Walsh acredita que a integração de empresas irmãs no segmento aéreo é uma tendência e deve ser acelerado nó futuro. O ambiente econômico mundial favorece essa política. Temos exemplos bem sucedidos pelo mundo afora como United/Continental, Avianca/Taca, Lufthansa/Swiss e AirFrance/KLM”, completou.
Leila Melo