A Gol anunciou nesta quinta-feira (18) o resultado consolidado do quarto trimestre de 2020 (4T20) e do ano de 2020. No ano de 2020, o prejuízo líquido após participação de minoritários foi de R$ 2,3 bilhões, enquanto em 2019 a Gol obteve lucro líquido de R$ 700 milhões. O prejuízo líquido antes dos minoritários (excluindo resultados não recorrentes e despesas relacionadas à ociosidade da frota) chega a R$ 4,96 bilhões.
Ainda no ano, foram 16,7 milhões de passageiros transportados, queda de 54% em relação aos 36,4 milhões de 2019. O número de decolagens também recuou para 128.528, cerca de 52% abaixo do que foi registrado em 2019 (259.377). Agora, com relação ao tráfego, a queda da Gol em 2020 chegou a 21,9%, enquanto a capacidade recuou 50,8%. Isto fez com que a taxa de ocupação chegasse a 80,1%, queda de 1,9 p.p em relação ao ano de 2019.
Com relação ao 4T20, o tráfego reduziu 42% comparativamente ao 4T19, totalizando 6,2 bilhões, mas praticamente dobrou quando comparado ao 3T20. Já a capacidade diminuiu 42% em relação ao 4T19, porém aumentou 93% versus o 3T20. Ao todo, foram 5,2 milhões de clientes transportados no trimestre, um declínio de 46% versus o 4T19. Em relação ao 3T20, a companhia registrou um aumento de 100%.
A receita líquida foi de R$ 1,9 bilhão, uma queda de 50% em relação ao 4T19, enquanto expandiu 94% versus o 3T20. A receita mensal foi de R$ 574 milhões em outubro a R$ 784 milhões em dezembro, um crescimento de 37% dentro do 4T20. As outras receitas (principalmente cargas e fidelidade) totalizaram R$ 172 milhões, equivalente a 9,1% das receitas totais. No ano de 2020 a receita líquida atingiu R$ 6,4 bilhões, inferior aos R$ 13,9 bilhões registrados em 2019.
“Após o encerramento do ano mais desafiador na história da aviação comercial, seguimos focados na gestão dos impactos da pandemia de Covid-19 no nosso negócio, com determinação, clareza e confiança,” disse Paulo Kakinoff, presidente da Gol. “O modelo de negócios da Gol é o principal diferencial para superarmos os desafios que essa crise impõe às empresas aéreas. Nosso modelo operacional de frota com um único tipo de aeronave, menor estrutura de custos com predominância de componentes variáveis, e posição dominante nos principais hubs brasileiros de alta densidade nos permite, rapidamente, adicionar ou descontinuar rotas em resposta às oscilações de demanda, enquanto mantemos disciplina quanto a capacidade e rentabilidade. Acreditamos que as atuais condições mercadológicas, apesar de difíceis, são temporárias e que a demanda continuará a se recuperar à medida que avança a vacinação no Brasil. Reiteramos a convicção de que a Gol emergirá ainda mais forte e resiliente com a normalização dos mercados.” O EBITDA e o EBIT ajustados foram de R$ 558,5 milhões e R$ 346,8 milhões, respectivamente, e refletem o resultado do nosso gerenciamento racional e responsável da oferta em relação à demanda. No ano de 2020, o EBITDA e o EBIT ajustados foram de R$ 2,5 bilhões e R$ 1,6 bilhão, respectivamente. O prejuízo líquido, após participação de minoritários, foi de R$ 862 milhões, excluindo variações cambiais e monetárias, despesas líquidas não recorrentes, ganhos relacionados a Exchangeable Notes e resultados não realizados de capped calls.
Ainda no quarto trimestre, as vendas brutas consolidadas atingiram aproximadamente R$ 2,5 bilhões, aumento de 44% em relação ao 3T20. As vendas médias diárias da Gol superaram R$ 27 milhões, as quais representam cerca de 80% dos níveis de venda pré-pandemia
Ainda no quarto trimestre, as vendas brutas consolidadas atingiram aproximadamente R$ 2,5 bilhões, aumento de 44% em relação ao 3T20. As vendas médias diárias da Gol superaram R$ 27 milhões, as quais representam cerca de 80% dos níveis de venda pré-pandemia. Com os voos adicionais durante o mês de dezembro, a receita de passageiros transportados aumentou 91% sobre o 3T20.
“Observamos um aumento substancial nas vendas durante o quarto trimestre, à medida que os passageiros voltaram a voar. Sabemos que a recuperação não será linear, mas isso indica a rapidez com que a demanda pode retornar com o avanço no processo de vacinação no Brasil”. Estamos preparados para atender a demanda com nosso modelo operacional flexível e de baixos custos”, disse Paulo Kakinoff, presidente da Gol.
Ajustes de malha e frota
Comparativamente ao 3T20, os voos diários dobraram chegando a 403 no 4T20, servindo 177 mercados e representando 54% da frequência diária do 4T19, sendo que 166 desses mercados são operados pela Companhia e 11 via parceiros estratégicos. A Gol reabriu 6 bases no Brasil durante o trimestre: Carajás (CKS), Fernando de Noronha (FEN), Cruzeiro do Sul (CZS), Jericoacoara (JJD), Caldas Novas (CLV) e Cabo Frio (CFB).
Com essas reaberturas no quarto trimestre, a Gol operou em 100% das bases da malha doméstica do período anterior à pandemia, e permanece atenta às determinações dos governos de outros países e ao comportamento da demanda para atuar novamente com sua malha internacional. A companhia concluiu seu plano de ajuste de frota do ano de 2020 e encerrou dezembro com um total de 127 B737s, sendo 7 MAX e com 95 aeronaves em operação, um aumento de 24 aeronaves comparativamente ao final de setembro/20.
Considerando os valores financiáveis de depósitos e ativos não onerados, as fontes potenciais de liquidez da companhia superam R$ 5 bilhões
Em 2020, a Administração da Gol honrou totalmente seus compromissos com o mercado global de capitais, incluindo as amortizações de seus Senior Notes de 2022 (US$ 78 milhões no 1T20), e o Term Loan B, sua principal dívida de curto prazo, no valor de US$ 300 milhões no 3T20.
Durante o 4T20, a companhia amortizou aproximadamente R$ 1 bilhão em dívidas financeiras, reduzindo significativamente sua parcela de curto prazo, que neste momento está concentrado primordialmente com bancos locais, com os quais a Gol mantém exposição de crédito e bom relacionamento comercial. Considerando os valores financiáveis de depósitos e ativos não onerados, as fontes potenciais de liquidez da companhia superam R$ 5 bilhões.