Lembra da Comac, fabricante estatal chinesa de aeronaves? Pois é, a empresa segue lutando para cumprir o cronograma de certificação planejado para o C919, que foi apresentado em outubro de 2015 e realizou seu voo inaugural em 2017. No entanto, o que está dificultando esse processo são as restrições norte-americanas que foram impostas às exportações de peças para a China, de acordo com a Reuters.
A fabricante estatal chinesa planejava certificar seu jato narrowbody e entregar a primeira unidade à China Eastern Airlines até o final do ano. No entanto, a designação do Departamento de Defesa dos EUA (DOD) da Comac como um usuário final militar tornou muito mais oneroso para as empresas dos EUA obterem licenças de exportação. Fontes disseram que, embora os fornecedores estejam agora recebendo licenças, o gargalo continua afetando a certificação e o aumento da produção do C919.
O C919 da Commercial Aircraft Corp. of China (Comac) terá o potencial de concorrer diretamente com o B737 da Boeing e o A320neo da Airbus. O fabricante, no entanto, não exibiu a aeronave durante a Zhuhai Air Show, a maior feira aeroespacial da China, recentemente encerrada.
Enquanto isso, no lado oposto de uma disputa geopolítica em formação, a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, criticou o governo de Pequim por supostamente impedir que as companhias aéreas chinesas encomendassem “dezenas de bilhões de dólares” em aeronaves Boeing.
A China se comprometeu a aumentar as importações dos Estados Unidos, incluindo aeronaves, no acordo comercial de 2020 assinado sob a administração anterior do presidente Donald Trump. Raimondo disse que Pequim violou o acordo por conter os pedidos potenciais da Boeing. “Os chineses precisam jogar de acordo com as regras. Precisamos manter seus pés no fogo e responsabilizá-los”, disse ela.