A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) enviou um comunicado à Boeing informando que, por conta de uma série de fatores e problemas encontrados, não irá certificar o B777X pelo menos até meados de 2023. De acordo com a Reuters, a agência negou o pedido do fabricante norte-americano para emitir uma autorização do Type Inspection Authorization (TIA), afirmando que o 777X “ainda não está pronto para isso”.
O TIA é uma autorização que faz parte do Formulário 8110-1 da FAA e é emitido após inspeções de aeronavegabilidade e testes de voo necessários para cumprir certos requisitos. Funcionários da FAA informaram que a falta de dados e uma avaliação preliminar de segurança fez com que a agência recusasse o plano da Boeing de obter “um TIA ainda em fases de escopo e limitad, com um número baixo de planos para testes de voo de certificação.”
“A FAA não aprovará nenhuma aeronave a menos que ela atenda aos nossos padrões de segurança e certificação”, disse um porta-voz da Boeing à Reuters
Embora a carta cite vários problemas que precisam ser resolvidos, ela faz referência a um problema de software que causou um “uncommanded pitch event” durante o voo de 8 de dezembro de 2020, o que significa que a aeronave puxou o nariz para baixo ou para cima sem o comando dos pilotos. Esta já é uma grande preocupação para a Boeing que ainda está se recuperando de dois acidentes com o B737 MAX.
“A FAA não aprovará nenhuma aeronave a menos que ela atenda aos nossos padrões de segurança e certificação”, disse um porta-voz da Boeing à Reuters. Com a necessidade de atualizações e mais testes, a agência disse em sua carta que a data de certificação para o 777X “será realisticamente de meados de 2023 (daqui a cerca de dois anos).
O CEO da Boeing, Dave Calhoun, disse no início deste mês que a empresa ainda estava confiante de que os novos aviões seriam certificados no quarto trimestre de 2023. O Boeing 777X está em desenvolvimento desde 2013.
No ano passado, a Boeing reduziu ainda mais a taxa de produção da maioria de suas famílias de aeronaves comerciais em resposta à fraca demanda causada pela pandemia da Covid-19. A Boeing também esperava entregar o primeiro B777-9X em 2021, mas acabou adiando-a para 2022. Agora, com a desaprovação, o primeiro B777X deve ser entregue no mínimo em 2023.