
Secretaria Nacional de Aviação Civil quer aumentar o número de passageiros no Santos Dumont (Divulgação/Infraero)
Parte do trade fluminense ouvido pelo M&E, depois da nota de preocupação assinada pela Fecomércio RJ e a Associação Comercial do Rio (ACRJ), também repudia e contesta a ideia de a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) sugerir a flexibilização do limite operacional do Aeroporto Santos Dumont a partir de novembro, aumentando para 7,5 a 8 milhões de passageiros por ano no terminal, e uma nova ampliação em março de 2025 para dez milhões.
Abav-RJ
Para o presidente da Abav-RJ, Marcelo Siciliano, a medida de restringir voos no Santos Dumont, adotada em outubro de 2023, foi um movimento dos governos federal, estadual e municipal para fortalecer o RIOgaleão como principal hub aéreo internacional que resultou em um aumento significativo de passageiros no Galeão, com novas rotas internacionais e um crescimento esperado de mais de 80% neste ano. Siciliano enfatizou que “reverter essa decisão pode comprometer o desenvolvimento do Galeão e prejudicar a economia do Rio de Janeiro.”
Enquanto os governos federal, estadual e municipal, em conjunto com a sociedade civil, trabalham para fortalecer o RIOgaleão como principal hub aéreo internacional, a SAC propõe uma medida que irá reverter todo esse processo, observa Marcelo Conde, presidente da Associação Rio Vamos Vencer. “O aumento do limite de passageiros no Santos Dumont, sem justificativa técnica, coloca em risco os avanços obtidos com a concentração de voos internacionais no RIOgaleão e mostra, claramente, um conflito de interesses, além de ameaçar o futuro do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro e a economia do Estado”, pondera Conde.
“Reverter essa decisão pode comprometer o desenvolvimento do Galeão e prejudicar a economia do Rio de Janeiro” – presidente da Abav-RJ, Marcelo Siciliano
ABIH-RJ
Da mesma forma José Domingo Bouzon, presidente da ABIH-RJ, ressalta sua posição contrária ao concordar com o posicionamento da nota de que essa manifestação da SAC é preocupante. “Afinal, o equilíbrio entre as operações dos aeroportos Galeão e Santos Dumont é fundamental para o fortalecimento do turismo e da economia de nosso estado. Após a adoção das restrições ao movimento no Santos Dumont a partir de outubro do ano passado, o Galeão apresentou sinais de recuperação, com novos voos e aumento do fluxo de passageiros. Não podemos regredir. Um aeroporto Tom Jobim forte dinamiza toda a cadeia econômica do turismo, como hotéis, restaurantes, tour operadores, empresas de transportes e serviços”, finaliza.
“Não podemos regredir. Um aeroporto Tom Jobim forte dinamiza toda a cadeia econômica do turismo, como hotéis, restaurantes, tour operadores, empresas de transportes e serviços” – presidente da ABIH-RJ, José Domingo Bouzon
Fecomércio-RJ e ACRJ
Assinada pelos presidentes Antonio Florencio de Queiroz Junior, da Fecomércio-RJ, e Josier Marques Vilar, da ACRJ, a nota destaca que a limitação de 6,5 milhões de passageiros por ano é uma medida estrutural, não temporária, de forte impacto positivo na economia fluminense, em especial nas atividades características do turismo. “O Rio é a face mais visível no exterior e não abrirremos mão disso para atrair turistas e empresários, e ampliar as operações de carga aérea, que ativam fortemente o comércio, os serviços e a indústria do estado.”
As duas entidades chamaram a manifestação da SAC de descabida e de retrocesso e pedem a imediata interrupção dos procedimentos administrativos relacionados à flexibilização do limite operacional do Santos Dumont.