
Azul destaca sucesso na escolha do A320neo
Considerada uma das aeronaves mais modernas e eficientes da aviação comercial, o A320neo da Airbus ganhou na Azul sua grande representante no mercado brasileiro de aviação comercial. A companhia, que iniciou operações com o modelo no fim de 2016, já adquiriu até o momento 42 aeronaves e foi peça fundamental na expansão da Azul nos últimos anos, marcando presença nas principais rotas domésticas. Segundo maior da frota em número de aeronaves, atrás apenas no Embraer 195, com 48, o A320neo se tornará, com as entregas programadas, o principal avião da companhia nos próximos anos.
Esta história de sucesso da Azul com o A320neo teve início em 2013, antes mesmo da primeira aeronave do tipo entrar em operação. Naquele momento, a Azul, com cinco anos de existência, fez uma escolha com base na evolução e eficiência oferecida pela Airbus, como destacou o gerente de frota de Airbus da Azul, Fernando Kehl, durante live realizada pela companhia nesta quinta-feira (8).
“A decisão pela Airbus naquele momento foi porque ela foi a primeira laçar as novos motorizações. Ela começou a falar do A320neo em 2010 pra lançar em 2014, então em 2013 a gente começou a procurar esses aviões e acabamos optando por eles, por várias questões, mas principalmente porque era o avião de maior eficiência naquele momento. Decidimos comprar em 2013 e recebemos o primeiro avião em 2016″ explica o executivo.
Após quase cinco anos do primeiro avião recebido, Kehl avalia que o A320neo garantiu uma eficiência maior nas operações da companhia, com uma economia de 20% em média por assento. “Percebemos hoje que tomamos uma ótima decisão ao escolher o A320neo” analisa.
O termo neo vem de New Engine Option (Nova Opção de Motor) e sucede ao A320ceo (Classic Engine Option). No início das operações com aeronaves da Airbus a companhia arrendou duas aeronaves do tipo ceo, substituindo pelos A320neo após as entregas. Essa eficiência também se observa na frota de A330, na qual as aeronaves modelo neo consomem cerca de 14% a menos de combustível por assento que as ceo nas rotas da Azul para Lisboa.

Bruno Tortorella (acima), assessor de imprensa da Azul e Fernando Kehl, gerente de frota Airbus da Azul
ACOMPANHANDO CADA ETAPA
Como gerente de frota de Airbus, Fernando Kehl fica baseado em Toulouse, na França, onde fica a fábrica da Airbus, onde o executivo acompanha todas as etapas da produção da aeronave. Em Toulouse é feita a montagem de uma fuselagem que conta com partes vindas de Hamburgo, na Alemanha, e do Reino Unido.
“Acompanhamos a integração da fuselagem, a conexão das asas, a montagem do interior, a instalação dos motores a até a pintura. Desde o momento que a primeira seção de fuselagem chega em Toulouse até a conclusão do avião são três meses”, explica.
A exceção na montagem fica por conta dos sistemas de entretenimento com TV ao vivo e o WiFi, que são instalados nas aeronaves aqui no Brasil.
Uma história curiosa da relação Airbus-Azul aconteceu na pintura das aeronaves. Enquanto a companhia desejava imprimir a sua marca em todas as aeronaves, com as 26 cores de seu logo, representando 26 estados brasileiros, a Airbus apontou isso como um problema, que mudaria o tempo de pintura de duas semanas para dois meses. “Quando chegou na Airbus o pedido, eles afirmaram que era impossível. Então chegamos a um consenso e reduzimos para dez cores”, conta.

Logo da Azul tem os 26 estados representados em cores diferentes
O SISTEMA SHARP
Um dos destaques na produção do A320neo para a Azul foi o desenvolvimento do Sharp (Short Airfield Package), um conjunto de mudanças aerodinâmicas na aeronave que tornaram possível a sua operação no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, considerado estratégico para a companhia.
O Sharp foi uma solução encontrada para os pousos e decolagens no aeroporto, que conta com a menor pista entre os principais aeroportos do país. Assim como o SFP (Short Field Performance) sistema semelhante da Boeing, que foi produzido em 2006 a pedido da Gol pensando no Santos Dumont, o Sharp também entrou no portfólio da Airbus por uma encomenda da Azul.
“A gente sabia, quando escolheu o A320, que não dava para fugir do Santos Dumont. No entanto, teríamos uma penalização na nossa performance, e isso se traduz em peso, ou seja, deixar passageiro para trás, ter 174 assentos e vender 160. Naturalmente ninguém quer fazer isso. Então a gente foi na Airbus e pediu uma solução para aquele aeroporto e ela foi desenvolvida a pedido da Azul” coconta Fernando Kehl.
A solução se concentrou não na frenagem do avião para uma pista curta, mas em uma forma de reduzir sua velocidade de aproximação. “É um pacote de melhorias aerodinâmicas e cálculo computacional. Existe umas diferenças na asa e na calda. O Sharp proporciona que a aproximação da aeronave seja feita forma mais lenta. Isso se traduz em um pouso em uma velocidade mais lenta e naturalmente posso fazer em uma pista mais curta”, completa o executivo.

Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro