O Aeroporto de Juazeiro do Norte é o único do Brasil que fica dentro do território de um Geoparque da Unesco. Esse programa das Nações Unidas busca salvaguardar o patrimônio tangível e intangível das localidades que preservam marcas da evolução no planeta Terra. O aeroporto Orlando Bezerra de Menezes é porta de entrada para cientistas, pesquisadores e turistas, e rota do retorno dos fósseis que foram retirados de forma irregular e que vêm sendo devolvidos à região, nos últimos anos, por outros países.
“Existe um diálogo com o Geopark para ampliar a parceria com o aeroporto, que é um grande ponto de interação das pessoas com esse rico acervo. O geoparque está montando uma exposição no saguão com fósseis e réplicas produzidas para divulgar essa riqueza arqueológica da cidade, já que muitos passageiros que chegam nem fazem ideia disso”, explica Jorge Odir, diretor do Aeroporto.
O Geopark Araripe, em Cariri, foi o primeiro das américas e do hemisfério sul, contemplando uma área de aproximadamente 4 mil km² na região Sul do Ceará, incluindo onze geossítios em seis municípios cearenses da região metropolitana do Cariri: Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha – região conhecida como Crajubar – e ainda Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri. Inserido nessa área,
“O reconhecimento como geoparque, em 2006, conecta a diversidade paleontológica, ambiental, histórica e cultural existente no território caririense”, explica Eduardo Guimarães, professor da Universidade Regional do Cariri e diretor executivo do Geopark Araripe.
Aeroporto – É pelo aeroporto que chegam os fósseis repatriados e a comunidade científica interessada no assunto. Mas é também por ele que pode circular o tráfico dos objetos proibidos. Por essa razão, a equipe do Geopark mantém um diálogo próximo com os colaboradores do Aeroporto de Juazeiro do Norte, para orientar sobre como identificar os fósseis e garantir o manuseio e destinação corretos.
“A presença dos fósseis já é uma realidade no dia a dia aqui do aeroporto, porque nosso pessoal de segurança precisa avaliar a passagem deles para identificar se são réplicas autorizadas ou materiais autênticos, que são proibidos e precisam ser retidos para devolução ao Museu de Paleontologia. Poucos dias atrás tivemos uma tentativa de passar um fóssil e conseguimos barrar”, afirma Odir.