
João Pita, diretor comercia e cargas do GRU Airport, falou sobre futuro do terminal e retomada pós pandemia (Arquivo/M&E)
O Aeroporto Internacional de Guarulhos, maior hub da América do Sul tem investido constantemente na melhoria de serviços para seus passageiros e reforços de malha aérea para recuperar os níveis pré pandemia. Líder na movimentação anual de passageiros, o aeroporto conta hoje com uma movimentação anual de 39 milhões de passageiros ao ano, mas busca recuperar os números de 2019, quando registrou 43 milhões de passageiros transportados.
No segmento de cargas, o GRU Airport é responsável por 38% das importações e exportações no ano e conta com 41 companhias aéreas internacionais e 5 nacionais.
“Em 2019, tivemos 43 milhões de passageiros e estávamos preparados para continuar a crescer em 2020. Com a pandemia, estes números caíram mas temos visto, desde o último trimestre de 2022, um aumento crescente e estamos positivos que, se tudo correr bem, iremos recuperar os números até o final do ano”, afirmou João Pita, diretor comercial e cargas do GRU Airport.
“O que estamos fazendo para se preparar para o aumento dos próximos anos é uma nova entrada doméstica no terminal 2 que deve estar pronta ainda este ano e vai melhorar bastante a experiência do passageiro doméstico”
O foco é trabalhar a continuação do bom último trimestre de 2022. “Não recuperamos totalmente os números pré pandemia no quesito internacional, mas no doméstico sim. Em maio tivemos um crescimento acima de 2019 no mercado nacional. No internacional, ficamos 10% abaixo de 2019 mas a tendência tem sido recuperar e reduzir a diferença”, comentou Pita.
Para isso, o aeroporto tem realizado melhorias para atender melhor os passageiros e captar novas companhias aéreas. “O que tentamos fazer foi recuperar infraestrutura que tínhamos pré pandemia para estarmos prontos para conseguir impulsionar mais passageiros. O que estamos fazendo para se preparar para o aumento dos próximos anos é uma nova entrada doméstica no terminal 2 que deve estar pronta ainda este ano e vai melhorar bastante a experiência do passageiro doméstico. Nós também abrimos canais de inspeção fast track para alguns cientes e isso virou uma experiência positiva no doméstico e internacional. Estamos buscando outras funções para uma melhoria continua da experiência”, explicou o executivo.
Nacional x Internacional

Pita lembra que GRU tem sido o principal aeroporto do Brasil e do continente, obviamente uma opção prioritária (Eric Ribeiro/M&E)
A oferta do Aeroporto de Guarulhos hoje se divide em 65% doméstico e 35% internacional. Segundo Pita, o setor internacional hoje tem alguns desafios mas o GRU Airport tem sido eficaz na superação destes desafios. “As questões das aeronaves ainda são um problema. Existe uma cadeia logística que não está completamente ajeitada pós pandemia. Há alguns desafios para que as companhias aéreas tenham o número de aeronaves necessárias”, disse ele.
Pita lembra que GRU tem sido o principal aeroporto do Brasil e do continente, obviamente uma opção prioritária. “Assim entendemos que seremos no futuro então temos a maioria das nossas rotas retomadas e voos a mais que não tínhamos pós-pandemia. Mas há algumas lacunas, como por exemplo Joanesburgo, que retorna em setembro e é uma ligação extremamente importante com a África, não só pelo Brasil mas pra toda a América do Sul. Tivemos reforços da Catar pra Doha, temos United e American que voltaram já aos níveis pré-pandemia, incremento da TAP e teremos em setembro a rota Los Angeles feita pela Latam”, afirmou.
Ele lembra que o fato de Guarulhos ser um hub, um aeroporto central e estruturante na América Central, cria uma vantagem competitiva. “Queremos mais cidades ligadas a São Paulo porque isso permite que mais cidades se liguem ao Brasil. Nossa meta é continuar a crescer, nos consolidar como melhor hub de passageiros e cargas não só do Brasil, mas da América do Sul pois é isso que faz com que a gente tenha mais passageiros, mais movimentos e mais cidades servidas. Hoje, no Brasil, temos poucas cidades domésticas estrangeiras servidas pela aviação. Juntamente com diretoria e acionistas estamos trabalhando para mudar isso e crescer a malha”, complementou.
O Aeroporto não possui dados confiáveis atualizados sobre o perfil dos passageiros e não consegue fazer uma projeção sobre a diferença do mercado de lazer x corporativo, mas segundo Pita, o que se sabe pelas companhias aéreas e pelas agências de viagens é que o corporativo tem subido muito e que o ticket médio está alto, apontando uma recuperação neste mercado que foi mais afetado pela pandemia.
Negociações com novas companhias seguem a todo vapor
De acordo com Pita, há negociações em andamento com novas cias aéreas para operar no Aeroporto e em breve, teremos novidades. “Quando as companhias olham para o Brasil, elas olham para o GRU Airport. As companhias que ainda não operam aqui, quando olham para o mercado, olham para nós. Pela nossa conectividade, pelo nosso mercado corporativo, pela quantidade de carga que temos, etc. Isso é uma tendência que não só vai continuar mas será reforçada”, explicou.
“Quando uma companhia aérea aposta em São Paulo e coloca uma aeronave aqui, ela está servindo um continente inteiro”
“Temos tido bons resultados, trazendo voos diretos da Virgin, novos voos da Egypt Air, além de reforços de rotas. O que fazemos é mostrar o potencial da cidade, da região e de todo o Brasil e mostrar que quando uma companhia aérea aposta em São Paulo e coloca uma aeronave aqui, ela está servindo um continente inteiro. Há outras aéreas interessadas no nosso mercado e que se tudo correr bem, devem anunciar em breve”, antecipou João.
Melhoria nos serviços
PROGRAMA MAIS SEGURANÇA
O programa “Aeroportos+Seguros”, lançado pelo Governo Federal, irá oferecer reforços para reduzir risco aos passageiros e aumentar a tecnologia para a segurança dos viajantes e suas bagagens, através de mais câmeras, monitoramento e biometria nos terminais nacionais. Guarulhos foi escolhido para ser o primeiro aeroporto a receber o programa. “A segurança é algo que o aeroporto tem como prioridade. Estamos felizes em ser o primeiro. A meta é aumentar a segurança daqueles que viajam e por aqui passam. Estamos trabalhando com nossa equipe de operações juntos com a Anac e o governo, seguindo as instruções que nos dão. Estamos vendo o melhor custo-benefício das ações a tomar e estamos detalhando as ações para em breve termos estes incrementos”, explicou Pita.
SALAS VIPS
Nos últimos anos, tem se observado um aumento na oferta e na procura por Salas Vips nos Aeoportos. Com objetivo de dar ainda mais conforto aos passageiros, as salas vips de cartões de créditos, companhias aéreas e até mesmo bancos tem sido um sucesso e se multiplicado por todo o País. Em Guarulhos, hoje operam cerca de 20 salas vips.
“A nossa função é dupla: fazer crescer a demanda e fazer crescer os serviços. As salas vips tem sido uma excelente surpresa. Hoje temos mais de 20 salas vips em funcionamento ou em obra e mais de 300 espaços comerciais no aeroporto entre restaurantes, cafés e lojas. Temos visto nos últimos anos e mais especificamente por conta da pandemia, o interesse em expandir essas áreas, dando mais conforto e comodidade. Quase 2 milhões dos passageiros que passam por aqui não são de São Paulo e o que precisamos é dar conforto a essas pessoas que às vezes ficam horas aqui esperando suas conexões. A tendência deve continuar e estamos disponíveis para continuar”, afirmou João.