
S&P vê riscos para empresas aéreas em razão do zika
O relatório da consultoria Standard & Poor’s, com sede em Nova York, decidiu rebaixar o rating do Grupo Latam Airlines para ‘BB‘ e o da Gol Linhas Aéreas Inteligentes (GOLL4) para ‘B-‘. A empresa ainda indica os desafios que elas vão ter de enfrentar para melhorar os seus desempenhos operacionais, apesar das difíceis condições econômicas no Brasil. A consultoria ressalta também que a falta de uma estrutura de capital pode não ser sustentável a longo prazo.
A Standard & Poor’s diz também que as aéreas acabaram sendo afetadas pelo vírus Zika. Segundo ela, uma das razões para a rápida propagação do vírus é a facilidade de viajar na indústria aérea global. “O Brasil tem sido o mais atingido até agora. As companhias aéreas brasileiras poderão enfrentar o maior risco. No entanto, essas empresas já estão enfrentando grandes desafios decorrentes da crise econômica e da queda acentuada do valor da moeda brasileira”, disse Philip Baggaley, analista de crédito da standard & Poors.
O relatório acrescenta que o turismo internacional relacionado aos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro pode ser os mais afetado. A boa notícia é que os mosquitos transmissores da doença são menos ativos no inverno no hemisfério sul, período que acontecerá o evento esportivo. No entanto, a Standard & Poor’s aponta que qualquer decisão dos atletas de não participar (mulheres jovens mais prováveis) das competições olímpicas vai atrair a atenção dos meios de comunicação, o que elevaria a preocupação entre os potenciais visitantes internacionais.
American Airlines – A companhia aérea é a mais vulnerável entre as três maiores companhias aéreas dos EUA (American, Delta e United) em termos de contribuição para os jogos Rio 2016, diz o relatório. Ela registrou um tráfego total na América Latina de 14% em 2015. Segundo a Standard & Poor’s, a proporção de tráfego da AA no Brasil foi reduzido drásticamente devido às condições econômicas no país e os efeitos do enfraquecimento do Real brasileiro antes do vírus Zika atrair a atenção da imprensa.
No anúncio dos resultados do quarto trimestre de 2015, a companhia norte-americana observou que o Brasil representava 6,1% do total das suas receitas em 2013. Agora, esse percentual caiu para apenas 2% em gerenciamento de novembro de 2015. A empresa também destacou que a receita disponível por milha de assento (ASM, em inglês) caiu 40% em relação ao ano anterior, mas foram incapazes de apreciar ainda qualquer impacto decorrente especificamente do Zika.