Em carta enviada ao trade; o presidente do Sindetur-SP; Eduardo Nascimento; propôs entendimento sobre decisão da Tam de flexibilizar as taxas D.U. para a emissão de bilhetes aéreos nacionais e internacionais. Segundo ele; as agências de viagens irão sofrer e o turismo passa a ser visto como um péssimo negócio.
Confira abaixo a carta na íntegra:
“Participamos a convite da Abav Nacional de reunião com a diretoria da Tam e o Conselho de Presidentes das Abavs e outras entidades de classe para debater sobre as novas formas de comercialização de bilhetes aéreos. A reunião teve longa duração; mas finalizou com uma prova incontestável que as novidades apresentadas pela transportadora não agradaram a nenhum dos presentes; motivo suficiente para que a Tam resolvesse prorrogar por mais 30 dias a aplicação das novas regras. Por que tal prorrogação; se não para ouvir novas alternativas que venham a ser apresentadas pelos agentes?
O que nos causa; causou e sempre causará estranheza é o não reconhecimento do valor da rede de distribuição formada pelas 16 mil agências de viagens do Brasil.
Certo é que existem diferentes segmentos de agências de viagens com diversos e diferentes modos de comercialização de passagens aéreas e alguns destes segmentos já se veem contemplados satisfatoriamente com a metodologia atual. Entretanto; milhares de pequenas e médias empresas estão temerosas por sua sobrevivência.
Os argumentos utilizados pela Tam; que; diga-se; servirão de modelos para as demais; não convencem e até algumas vezes levam à aceitação sob suspeitas; como o caso do custo para as transportadoras no pagamento de comissões. Mas se existem setores ou segmentos contemplados com margens de receita por que não aplicar a mesma metodologia para o único segmento não contemplado?
Imagino que a Tam pudesse utilizar sua empresa Tam Viagens; transformando-a em Tam Viagens e Passagens e que esta viesse a ser a detentora do site da empresa; que esta fosse a proprietária das lojas Tam em todo território; e que ela fizesse jus a certa remuneração; tal qual a que fosse aplicada aos agentes vendedores de passagens. Ganhariam as agências que se tornariam; sim; verdadeiras parceiras da Tam e ganharia a própria Tam; por meio de sua empresa irmã. Os valores das passagens seriam os mesmos quer nos sites; quer nas lojas; quer na rede de agências.
Entretanto não á aceitável que as agências de passagens e turismo continuem a comercializar passagens; até por dever de mais bem atender seus clientes; sem qualquer remuneração e continuem responsáveis por falhas eventuais das mesmas como preconiza o Código de Defesa do Consumidor.
Há que se encontrar um caminho justo para a pacificação do setor.”
Eduardo Vampré do Nascimento