
Dilson Verçosa, deixou o cargo diretor da American Airlines no fim de janeiro
Após de 30 anos, Dilson Verçosa Jr. encerrou em janeiro sua trajetória na American Airlines. O executivo já planeja a saída há dois anos, mas a sua promoção para o cargo de diretor de Vendas para Américas Central e do Sul em 2019 estendeu sua permanência até 2021.
Em uma história de mais de três décadas, Verçosa conseguiu transformar a American Airlines como uma das principais companhias aéreas estrangeiras no mercado brasileiro, a ponto de posicioná-la há mais de 20 anos, de forma ininterrupta, dentro do top 3 no market share de voos internacionais no País. Este espaço da companhia no mercado brasileiro foi galgado por uma forte presença no corporativo e um relacionamento sólido com agências de viagens, perceptível em eventos realizados pela própria American ou em eventos de parceiros, que contavam com a presença de executivos da aérea.
A ideia era deixar o cargo no fim do ano, mas as mudanças provocadas pela pandemia o levaram a antecipar sua saída, comunicada ao mercado em julho do ano passado. “Era uma ideia já antiga. O acerto que eu tinha com American era sair em dezembro deste ano, mas com a pandemia eu resolvi negociar para antecipar esta saída, até pela situação das fronteiras fechadas. Eles me pediram para ficar pelo menos até o fim de janeiro, mas esta saída já era ventilada e discutida a muito tempo”, conta Dilson.
A pandemia foi apenas mais um fator que pesou na decisão, somado a rotina executiva e a intensa agenda proporcionada pela função de coordenar a área comercial de uma região com distâncias geográficas significativas. “Eu ficava, uma semana no Brasil, entre São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, uma semana nos Estados Unidos, entre Miami e Dallas, uma semana em um país da América do Sul e uma semana na América Central. Chega uma hora que você vê que não dá mais, e a própria pandemia acelerou isso”.
A decisão acarretou meses de uma rotina intensa de viagens para garantir uma transição tranquila. “Consegui concluir essa transição. Era muita coisa fora do Brasil, pois eu era responsável por toda América do Sul e Central e tinha coisas pendentes para resolver na Colômbia e no Peru, mas consegui concluir tudo”, ressalta.
NOVA FASE: CONSULTORIA
Mas saída de uma gigante da aviação não significará a saída do mercado. O agora executivo da America Airlines seguirá colaborando com a companhia, mas de forma consultiva. Dilson retomou as atividades de um antigo projeto pessoal, a CB Vercosa, uma consultoria comercial, que retoma as atividades tendo a American Airlines como primeira cliente.
“Eu já tinha essa empresa minha, que estava parada, até porque não tinha tempo por conta da minha função. Eu reativei esta empresa, e fiquei muito satisfeito, pois assim que anunciei a minha saída, a própria American pediu parara eu fazer essa consultoria. Com isso estou fora da parte executiva da empresa, mas vou ajudar para trabalhos específicos e esta parte de consultoria”, explica Verçosa.

Na nova fase de consultoria, Dilson já conta com American Airlines comprimira cliente.
Apesar de não divulgar o tempo de contrato de consultoria com a companhia aérea, Verçosa destaca que o acordo foi firmado para um longo período e não exige exclusividade, mas impede de trabalhar com companhias aéreas competidoras da American Airlines, como United, Delta e Latam. O acordo, no entanto, permite atuar em parceria com outras companhias brasileiras e europeias, além aeroportos e outros setores além de turismo e aéreo.
“Aeroportos é um segmento que eu já fui consultado, também agências e até empresas não relacionadas com a área de turismo ou aviação, mas que tem uma presença forte na América do Sul, interessadas no conhecimento de mercado que eu tenho. Tenho recebido vários telefonemas de pessoas conhecidas querendo saber da minha disponibilidade e fiquei muito satisfeito. Nada está fechado ainda, até porque não quero nada apressado e estou reciclando muita coisa e me adaptando depois de 30 anos nessa rotina executiva. A ideia é fazer isso em fevereiro e avançar com a consultoria em março”, salienta Dilson.
“NÃO SERÁ REPRESENTAÇÃO”
Ainda pensando e estruturando os novos pessoas da consultoria, Dilson tem uma certeza, não quer nenhuma estrear muito complexa e se concentrará somente nas atividades de consultoria. “Claro que depende muito do que vem pela frente. Mas eu não quero fazer nada grande ou montar nada grande, isso é definitivo. A estrutura é pequena, porque estava desativada, mas claro que dependendo do que acontecer, e se for vantajoso, vou ter que montar uma estrutura pequena para atender a demanda, mas não tenha intenção de montar nada que seja para representação. Não vou descartar nada, mas a princípio não.