A Justiça de Minas Gerais decidiu prorrogar por 180 dias o prazo de início de pagamento das dívidas da 123 Milhas, uma medida que atende a um pedido das empresas do grupo, incluindo Novum, Art Viagens, Lance Hotéis e MM Turismo. A decisão foi assinada pela juíza Cláudia Helena Batista, da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte.
A suspensão dos pagamentos, parte do chamado “stay period”, foi aprovada em meio a uma recuperação judicial considerada a maior do Brasil em número de credores. Em agosto, a 123 Milhas completou 1 ano do seu pedido de recuperação judicial.
A juíza ressaltou a complexidade do caso e a necessidade de um esforço conjunto entre a Justiça, os escritórios de advocacia e os envolvidos no processo. Um dos escritórios responsáveis pela administração judicial da empresa expressou apoio à prorrogação, reconhecendo as particularidades da situação.
Além disso, a juíza mencionou atrasos na definição dos advogados responsáveis, que passaram por contestação e troca durante o processo, contribuindo para a excepcionalidade da prorrogação.
A crise da 123 Milhas, que se estendeu por um ano e culminou em agosto, resultou na suspensão de pacotes de viagens e na emissão de passagens promocionais, afetando mais de 800 mil pessoas, entre credores, consumidores e funcionários, com um impacto financeiro superior a R$ 2 bilhões. A decisão judicial visa, portanto, proporcionar um alívio temporário enquanto se busca uma solução definitiva para a recuperação da empresa.