Na última semana a Associação Latino Americana de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev) realizou a 3ª edição do ano da Reunião Global com parceiros, fornecedores e gestores de eventos e viagens corporativas que participam de suas 14 comunidades. O encontro, realizado no Tivoli Mofarrej, contou com a presença de 140 profissionais (80 presenciais e 60 on-line) e teve como objetivo apresentar insights e proporcionar a troca de experiências e boas práticas entre os gestores e fornecedores.
“Nossa ideia é capacitar e dar voz aos nossos associados para coconstruir um futuro melhor. Durante o evento, provocamos o pensar, criar e agir do mercado em direção a um ambiente mais saudável e próspero para todos”, comenta Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da associação.
Nayara Passos, do grupo Sada, apresentou um resumo do Trade Talks com o tema “O que considerar no seu orçamento de viagens em 2023”. “Por conta da pandemia da Covid-19, estamos enfrentando um aumento nos preços. A aviação tem os desafios da alta do dólar (aumento de 60% no câmbio), crescimento de 209% no preço do querosene e as questões da guerra da Rússia com a Ucrânia. Já na hotelaria, um dos principais impactos é a falta de profissionais qualificados, uma vez que muitas pessoas trocaram de área”, comenta.
A profissional também destacou três passos para começar a construir o orçamento de viagens para os próximos meses. São eles: estruturar, organizar e estudar a base de dados para traçar os perfis de clientes e conhecer o cenário de viagens; Além disso, é preciso reunir-se com a área de planejamento financeiro da organização, alinhar as premissas macroeconômicas, entender a estratégia da empresa e a representação de viagens no todo, e conversar com o mercado e fornecedores e entender os indicadores.
O segundo painel foi sobre “Tarifas dinâmicas” com Priscila Pereira, gerente nacional key accounts da Atlantica Hotels, e Ilka Padula, diretora de vendas globais da Wyndham Hotels & Resorts. A Priscila apresentou os tipos de tarifas corporativas: fixa, dinâmica, chain discount e a junção de duas técnicas (fixa + dinâmica).
A executiva destacou 15 pontos sobre o panorama da hotelaria, dos quais destacam-se o fato de a pandemia ter acelerado o processo de tarifa dinâmica; a queda na ocupação com tarifas flutuantes menores que as fixas e cadeias globais não aceitam mais acordos fixos para baixa demanda.
Também chamou a atenção que travel managers passaram a solicitar tarifas dinâmicas em Request for Proposal (RFPs) de 2022 e 2023; acordos híbridos (fixo + dinâmicos) estão em alta; a mudança de comportamento de toda a cadeia em relação ao pagamento faturado; e as novas soluções de pagamento, além de ter hotéis precificando melhor clientes que compram por meio de cartão.
A Reunião Global contou ainda com dois podcasts. O primeiro foi realizado com Raffaele Cecere, presidente do Grupo R1, Ana Paula Zuppi, gerente comercial da GOL, e Luciana Garcez, head de operações da BeFly. O objetivo foi provocar reflexões sobre a relação entre os diferentes atores do mercado, suas necessidades na retomada e o amadurecimento do setor.
O segundo podcast debateu os modelos de trabalho atuais da indústria, contou com a presença de Luana Spínola, gestora de Viagens e Mobilidade Corporativa do Banco Itaú, Fábio Lessa, gerente de vendas da Air France-KLM, e Luiz Moura, CMO e cofounder da VOLL.
“Sabemos da importância do presencial, mas ao adotar o modelo híbrido conseguimos muitos talentos fugindo do eixo Rio de Janeiro e São Paulo. Assim, atraímos uma maior diversidade de colaboradores”, comenta Moura.