
No Rio, líderes discutem os desafios do setor aéreo no Brasil
O crescimento econômico brasileiro, as oportunidades de negócios e a melhora dos aeroportos brasileiros foram os temas principais da abertura da Alta´s Airline Leaders Forum. O encontro que aconteceu na manhã desta quinta, dia 17, no Rio de Janeiro, reuniu líderes da indústria de aviação comercial da América Latina e Caribe.
Para todos, a participação do setor privado será fundamental para que os grandes aeroportos brasileiros apresentem condições condizentes com o desenvolvimento do País, e não apenas para atender às necessidades da realização da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016.
A partir do segundo semestre de 2012, os Aeroportos de Guarulhos, de Viracopos e de Brasília passarão a ser administrados e operados por empresas privadas, sendo aberta a participação do capital estrangeiro. E o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, ressaltou que o setor é vital para o desenvolvimento econômico do País.
“Não tenho dúvida nenhuma que o leilão dos três aeroportos no final do ano será um sucesso, pois são aeroportos muito bons e com potencial de crescimento. O setor privado está muito interessado”, declara.
Com base neste modelo, o diretor geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, sigla em inglês), Tony Tyler, espera que haja uma melhora nos aeroportos brasileiros e que o novo modelo de concessão faça com que eles tenham condições de receber a nova demanda oriunda das classes B e C, que já respondem por 43% do potencial de consumo nacional.
“O Brasil vive um momento importante devido ao seu crescimento econômico. Espero que não vejam os aeroportos como coletores de impostos, é preciso ter cuidado com a privatização, pois a América Latina tem diversos exemplos de privatizações realizadas de forma errada”, contesta.
Outra cobrança feita por Tony Tyler é a redução do preço dos combustíveis para aeronaves no Brasil e na América Latina. “O Governo Federal deve rever o valor dos combustíveis, não é possível um país produtor cobrar um valor tão alto”, disse.
Discurso parecido é o de Roberto Kriete, presidente da Associação de Transporte Aéreo da América Latina e Caribe (Alta), que declarou que 11 milhões de brasileiros vão entrar pela 1ª vez em um avião até 2014. Ele vê nisso uma oportunidade para geração de empregos. “O mercado brasileiro, em termos de crescimento, só fica atrás do da China. A importância do crescimento da classe C é fundamental para o Brasil. O modelo de privatização deve estar atento para esses novos consumidores”, afirma.