Israel mantém esperança na recuperação do turismo com foco no mercado brasileiro

Carolina Dias, Paulo Barbosa e Renata Vuono, do Ministério de Turismo de Israel (Ana Azevedo/M&E)

GRAMADO – Israel enfrenta um momento difícil devido à situação geopolítica, mas mantém a expectativa de que, assim que as condições permitirem, o turismo se recupere. Em entrevista ao MERCADO & EVENTOS, durante o Festuris, representantes do Ministério do Turismo do país destacaram os desafios enfrentados e as perspectivas para o futuro do setor.

De acordo com o órgão de turismo do país, a maior dificuldade é a falta de informações sobre a situação no território. “O que estamos tentando mostrar é a realidade de hoje no país, dentro da situação dos incidentes, etc. O futuro é completamente incerto, porque geopoliticamente não sabemos o que pode acontecer, mas precisamos estar preparados”, aponta Paulo Barbosa, diretor do Ministério do Turismo de Israel.

Quando questionados sobre a previsão de quando a situação mudará, o executivo respondeu: “Não há perspectiva. Não sabemos quando as coisas voltarão ao normal”. A incerteza também afeta a logística para os turistas brasileiros, que enfrentam dificuldades no deslocamento, já que “para nós, no Brasil, somos muito distantes dessa realidade. Para chegar lá, já é difícil. Ou você vai via Europa ou via África”, contextualiza.

Vale relembrar que muitos voos foram cancelados e, mesmo que nem todas as companhias aéreas tenham adotado essa medida, o deslocamento se tornou ainda mais complicado. Mas, apesar das adversidades, o turismo segue acontecendo de forma limitada.

“Os sítios arqueológicos e religiosos continuam funcionando”, aponta Carolina Dias, responsável pelas Relações Públicas do destino no órgão. Conforme Dias, muitos visitantes estão chegando a Israel por meio de países vizinhos, como Egito, Turquia e Jordânia, o que não é contabilizado como turismo direto.

A insegurança gerada pela guerra tem gerado preocupações, inclusive sobre a possibilidade de não conseguir retornar devido a incidentes imprevistos. “Até que ponto será uma viagem tranquila? E se houver um incidente e eu não conseguir voltar? Isso tudo prejudica a ida do turista”, compartilha Renata Vuono, responsável pelo Marketing do Ministério de Turismo de Israel.

Perspectiva para o futuro em Israel

Mas, mesmo diante deste cenário, o público brasileiro segue demonstrando interesse e buscando saber quando será possível e seguro visitar Israel. “Estamos analisando o cenário e entendendo as necessidades do mercado, mas também nutrindo o objetivo de manter a demanda viva. O interesse pelo destino continua forte, especialmente por causa do apelo religioso, visto que o brasileiro ama Israel, especialmente por causa da religião. Só existe uma Terra Santa, e o interesse pelo destino continua forte”, enfatiza Paulo.

Uma vez possível a visitação, o Ministério acredita que a demanda reprimida será evidente. “A participação de Israel como destino nas companhias aéreas é significativa. Grupos organizados já estão se preparando, e estimamos que, dentro de um ano, essa demanda volte a crescer”, afirma.

O Ministério do Turismo de Israel também está trabalhando para diversificar os produtos turísticos, com foco no turismo de luxo, enologia, arqueologia e gastronomia. “Estamos trabalhando com os DMCs de Israel e operadores do Brasil para oferecer novos produtos. O turismo de luxo, por exemplo, é um segmento com grande potencial. Estamos confiantes de que, assim que as condições permitirem, o turismo em Israel retomará com força”, finaliza Paulo. no formato ou conteúdo.