
Os participantes do painel com o ministro Vinícius Lages
Na abertura do terceiro painel do 8º Seminário Aviesp, o presidente executivo da Clia Abremar, Marco Ferraz, ressaltou que os cruzeiros marítimos é o segmento do Turismo que mais cresce no mundo, tendo atingido 23 milhões de passageiros em 2014.
Ferraz falou, sobretudo, das oportunidades para as agências de viagens neste setor. Segundo ele, a Clia identificou que – fora do Brasil – 61% das agências identificaram crescimento na venda de cruzeiros já neste ano. Os números de 2014 aponta que sete em cada três pacotes das armadoreas foram vendidos via agentes de viagens.
“No Brasil este número deve ser maior. Identificamos que no ano passado, as armadoras pagaram R$ 90 milhões de comissões para agências no país. Quem não está ganhando dinheiro com cruzeiros precisa olhar com mais carinho para este setor”, afirmou. “No final do ano chegam ao país dez navios e as vendas já tiveram início”, complementou.
O ministro do Turismo, Vinícius Lages, também participou do painel e reiterou a importância dos agentes de viagens não apenas para os cruzeiros, mas também para o objetivo principal do órgão, que é vender o Brasil para os brasileiros. “Queremos que os cruzeiros se diversifiquem, com tematização, novas escalas e facilitação da viagem, com melhoria da infraestrutura”, afirmou.
Lages lembrou da Medida Provisória dos Portos, que está em tramitação no Congresso Nacional e ressaltou que o Turismo precisa entrar nesta discussão para que os novos portos levem em conta os navios de passageiros. “Não podemos estar de fora desta discussão, caso contrário, o Turismo de cruzeiros pode ter mais prejuízo”, destacou.
Armadoras – O diretor geral da Pullmantur no Brasil, Alexandre Zachello, falou das dificuldades de operar no país, fazendo com que o Brasil perdesse competitividade para outros mercados. Ele citou problemas de legislação e os custos altos, que hoje se somam a conjuntura econômica desfavorável. “Nos últimos três anos saímos de 22 para dez navios na temporada brasileira. É triste, mas é verdade”, disse. Diretor Comercial da MSC, Adrian Ursilli, destacou também os problemas de infraestrutura, mas lembrou que mesmo com todas as dificuldades, a armadora trará um navio a mais na próxima temporada.
O vice-presidente da Royal Caribbean para a América Latina, Ricardo Amaral, citou a China como um dos mercados emergentes e que solucionaram este problema, por isso recebe hoje mais navios do que o Brasil. “Quando abrimos o escritório no Brasil, tínhamos um navio na China, hoje são cinco. O Brasil tem perdido, mas existem mais navios sendo construídos e isso é reversível”, acredita.
Por fim, o diretor geral da Costa Cruzeiros, Renê Hermann, lembrou do crescimento do setor, que há 20 anos contava com apenas dois navios na temporada brasileira e chegou a 22. “Hoje temos dez navios e, por eles serem maiores, exigem uma melhor infraestrutura dos portos e dos destinos, o que não aconteceu”, finalizou.
Anderson Masetto e Nathalia Marques, de Campinas
Fotos: Eric Ribeiro