
Autoridades durante a solenidade de abertura do Conotel 2011
O crescimento da hotelaria brasileira está diretamente relacionada ao seu desenvolvimento sustentável. Em 30 anos de atividade, o setor hoteleiro mostra sua maturidade e disposição para defender seus investimentos. “Entendemos que a empregabilidade é resultado da qualificação profissional. Por isso, buscamos priorizar a capacitação do segmento. Alinhado a isso, continuamos lutando pela recuperação do valor da diária média e por uma atuação voltada a sustentabilidade ambiental”, afirmou Enrico Fermi, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) Nacional, ao abrir o 53º Congresso Nacional de Hotéis (Conotel), nesta terça-feira (08/11), em São Paulo.
Além de apoiar o projeto de classificação da hotelaria nacional feito pelo Ministério do Turismo, a ABIH Nacional e as entidades parceiras – Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Fórum dos Operadores Hoteleiros (FOHB) e Resorts Brasil – estão em entendimentos com a ONU para difundir práticas sustentáveis tendo em vista a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio + 20 – e que acontece ano que vem no Rio de Janeiro. O presidente da ABIH-SP, Bruno Omori, agradeceu ào retorno do Conotel à cidade de São Paulo.
“Esse é, de fato, o grande momento da hotelaria brasileira e todo o setor deve estar articulado para receber os grandes eventos que virão ao país como a Copa do Mundo de 2014, o Rotary 2015 e a Expo Mundial em 2020”, ressaltou Omori. Atualmente a rede hoteleira de São Paulo contabiliza 2.500 leitos, 180 unidades, recebendo 140 mil hóspedes. Flávio Dino, presidente da Embratur, destacou, no entanto, dois grandes desafios para o segmento hoteleiro nacional. “Precisamos colocar os pleitos do setor na agenda política brasileira. O turismo representa 3,7% do PIB Nacional e, portanto, devemos demonstrar sua importância”, salientou Dino.
O dirigente lembrou ainda que é necessário criar novos modelos institucionais, buscando acordos setoriais em preços e medidas ambientais. “Junto com o governo, o setor hoteleiro deve procurar novos modos regulativos”, explicou Dino. Segundo ele, a hotelaria deve aproveitar a nova realidade global do turismo para crescer. “Os polos emissores estão se diversificando, o mercado interno está aquecido com o consumo da nova classe média. Portanto, temos condições de construir uma nova página na história do turismo brasileiro. O turismo e, em especial, a hotelaria podem ajudar o Brasil a transpor as desigualdades sociais. Afinal, o país já é a sexta maior economia do mundo “, completou.
Também presente, o secretário de Turismo de São Paulo, Márcio França, destacou a importância da influência política para a hotelaria garantir suas reivindicações. Segundo ele, o segmento hoteleiro é um dos únicos a ser sobretaxado pelo uso da água à nível estadual. “Isso acaba sendo um entrave para o desenvolvimento dos hotéis. Para alterar esse quadro, basta uma decisão política”, frisou França, mencionando que já está em andamento em âmbito federal para que os brasileiros possam usar o Fundo de Garantia para viagens. “Seria uma forma de incentivarmos mais pessoas a conhecer o Brasil, mas isso depende de coesão política. Acredito ser fundamental o Conotel contribuir para a elaboração uma carta de reivindidações do setor hoteleiro”, finalizou.
A cerimônia de abertura do Conotel contou ainda com as presenças de Ricardo Moesch, representando o Ministro do Turismo, Gastão Vieira; Gilmar Tadeu, da Prefeitura de São Paulo, Ricardo Domingues, da Resorts Brasil; Julio Serson, vice-presidente do Fohb; Valter Ioshi, deputado federal; Celia Leão, deputada estadual e James Lewis, secretário executivo do Fornatur.
Leila Melo e Lisia Minelli